O Secovi-SP apresentou na quinta-feira (2/5) seu estudo do mercado imobiliário da Baixada Santista durante o segundo Ficon (Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região), em Santos. O destaque é para apartamentos de 2 e 3 dormitórios que lideraram os lançamentos, com respectivas 6.192 e 4.315 unidades, de março de 2011 a março de 2012 nas cidades de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande, abrangidas pelo levantamento.
Santos saiu na frente, com 7.707 unidades (54%), seguida por Praia Grande, com 5.360 (37,6%), Guarujá, com 858 (6%) e São Vicente, com 345 (2,4%). São Vicente surpreendeu pelo baixíssimo desempenho. Já a Praia Grande segue como o metro quadrado mais barato da região, com valor médio de R$ 4 mil.
Robert Zarif, que elaborou o estudo em parceria com o Secovi-SP, comentou, durante a exposição, que o preço do m2 sofreu um grande aumento a partir de 2009, mas agora está em um nível de estabilidade. “As prestações de um financiamento imobiliário não podem ser muito maiores que R$ 1 mil para o público da Baixada.”
A apresentação também incluiu a comparação de preço do m2 de Santos com bairros de São Paulo. De acordo com Zarif, o preço médio do m2 em Santos está entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, semelhante ao praticado na Moóca, Santana, Vila Mariana e Saúde.
O cientista político e coordenador do Instituto de Pesquisa A Tribuna, Alcindo Gonçalves, fez uma análise bastante positiva do estudo. “Os dados desmentem que a Baixada só faz imóveis de 3 dormitórios para pessoas ricas. A predominância é de 2 e 3 dormitórios, representando em Santos 68% dos lançamentos, e 74% na Baixada toda.”
De acordo com Gonçalves, a justificativa de que o pré-sal estaria impulsionando a movimentação do mercado imobiliário também é ilusória. “São outros fatores que contribuem o crescimento do setor: melhora e aumento da renda da população, garantia de emprego, queda na taxa de desemprego, oferta maior de grandes empresas de São Paulo que passaram a investir em outras regiões do estado, inclusive Santos, aumento do crédito imobiliário com juros menores, além de uma demanda reprimida há 20 anos”, disse.
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, fez uma palestra em painel sobre o cenário econômico e as expectativas para o mercado imobiliário, que contou com exposição de Ana Maria Castelo, da FGV. “O preço do imóvel depende do custo do terreno, e é com seu barateamento que serão lançadas unidades acessíveis à população”, disse Petrucci ao final de sua apresentação. Renato Monteiro, diretor da regional do Secovi-SP em Santos, participou como debatedor.