O Secovi-SP promoveu, em 23/10, no Bandeiras Centro Empresarial, o encontro “Sorocaba do Futuro: A Requalificação do Centro Histórico como Motor do Desenvolvimento Urbano Sustentável”, que reuniu especialistas, lideranças e autoridades para discutir estratégias de revitalização da região central da cidade.

O evento destacou como a recuperação do centro histórico pode preservar a memória cultural de Sorocaba e, ao mesmo tempo, impulsionar o desenvolvimento econômico e social, transformando a área em um polo vibrante capaz de atrair novos moradores, turistas e investidores.

Cerca de 80 participantes, entre representantes de incorporadoras, loteadoras, imobiliárias, administradoras e profissionais liberais, acompanharam o debate, que proporcionou uma troca rica de experiências sobre políticas públicas, inovação urbana e estratégias de reocupação dos centros históricos.

A programação contou com a presença de Frederico Marcondes Cesar, vice-presidente do Interior do Secovi-SP; Roberta Simeoni, diretora de Urbanismo da entidade; Guilherme Werner, sócio-consultor da Brain Inteligência Estratégica; Luis Veloso, CEO da Morada.ai; Mauricio Campanati, secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Sorocaba; e Anderson Farias, prefeito de São José dos Campos, que compartilhou experiências de gestão urbana.

Roberta Simeoni compartilhou as lições da capital com os profissionais da região. Ela explicou que legislações específicas foram fundamentais para incentivar a recuperação do Centro paulistano, principalmente por meio do retrofit — reformas que modernizam edificações antigas, preservando sua estrutura original. “São Paulo fez e continua fazendo um grande esforço nesse sentido. A ideia é preservar os edifícios históricos e devolvê-los à cidade, transformando o patrimônio em valor de uso”, afirmou.

Entre os maiores desafios apontados, estão as limitações técnicas de prédios antigos — como adaptações de acessibilidade e normas de segurança —, além da necessidade de políticas integradas entre diferentes secretarias municipais. “Os incentivos fiscais ou urbanísticos isolados não bastam. É preciso uma ação multidisciplinar, com diálogo entre todos os órgãos envolvidos”, destacou Roberta.

Para ela, recuperar o centro histórico é também uma forma de promover sustentabilidade urbana. “Recuperar é mais sustentável do que demolir. Reutilizar o que já existe é respeitar o meio ambiente e a história da cidade. Quando devolvemos o centro à sociedade, estamos falando de cidades mais humanas e sustentáveis”, defendeu.

Já Guilherme Werner destacou que Sorocaba se consolida como um dos grandes vetores de desenvolvimento imobiliário do interior paulista. Segundo ele, os dados mais recentes confirmam o protagonismo do município em volume de lançamentos e no fortalecimento de programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. “A regeneração urbana e a requalificação dos centros urbanos são, na nossa leitura, uma das grandes bandeiras que o mercado imobiliário precisa levantar nos próximos ciclos”, afirmou. Para ele, revitalizar é mais eficiente que expandir. “A cidade já existe nesses lugares. A infraestrutura urbana está lá. Revitalizar é dar nova vida ao que já está pronto”, completou.

A arquiteta ressaltou que o setor imobiliário é um aliado importante nesse processo. “O empreendedorismo e a construção civil têm um papel central em operacionalizar essas políticas. Mas para que isso aconteça, é preciso oferecer segurança jurídica e viabilidade econômica. Reformar é muito diferente de construir do zero, e exige legislações que tratem dessas especificidades”, observou.

A coordenação foi de Júlio Casas, diretor Regional do Secovi-SP em Sorocaba, que mediou as discussões entre os palestrantes e o público.