Sob a coordenação da advogada Moira de Toledo, diretora executiva da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, aconteceu no dia 17/6 webinar em parceria com o Capítulo do IREM® (Institute of Real Estate Manegement) do Estado de São Paulo no 111, durante o qual especialistas apresentaram experiências bem-sucedidas na reabertura gradual dos escritórios de administradoras e condomínios em vários países.
O administrador imobiliário espanhol Pepe Gutierrez apresentou um panorama internacional das medidas tomadas para retomada segura das atividades imobiliárias. Da China, onde começou a proliferação do novo coronavírus, passando pela Europa, até chegar na América do Sul, ele mostrou cartazes, cartilhas e panfletos com ilustrações e infográficos contendo orientações para condôminos, funcionários e usuários.
“Só vamos conseguir combater esse inimigo invisível, que é o coronavírus, com dados e disciplina”, afirmou Gutierrez, destacando as boas práticas das administradoras implementadas nos Estados Unidos, na Nova Zelândia, entre outros países. O especialista chamou a atenção para a utilização da tecnologia, mencionando que a pandemia acelerou o teletrabalho, ampliou a digitalização e a utilização da inteligência artificial. “O celular será, se ainda não é, a principal ferramenta do administrador imobiliário”, afirmou o especialista, lembrando das diversas utilidades do aparelho durante o período de isolamento social.
Gerenciamento de crise
Alessandro do Carmo, diretor de operações da CBRE, reiterou a importância de conhecer as experiências de países que já superaram a primeira onda de transmissão da Covid-19, e replicar as boas práticas no Brasil. “Nossa vantagem é que estamos há dois meses de diferença dos outros países e podemos usar o que está acontecendo de melhor no mundo”, disse.
Segundo ele, desde que a pandemia começou, a CBRE montou uma equipe de gerenciamento de crise, com base na sede nos Estados Unidos, que produziu protocolos globais para serem adotados em todos os países onde a empresa atua. Outra iniciativa foi a elaboração de uma pesquisa com gestores imobiliários de 80 países, que mostram dados sobre distanciamento social, utilização de máscaras faciais, recebimento de visitas e espaçamento nos escritórios.
Para o diretor, é importante a realização de uma pesquisa interna para saber quais colaboradores estão no grupo de risco, quem tem filhos em idade escolar, que tipo de transporte utiliza, entre outras informações, para que a reabertura transmita uma sensação de segurança. “A atuação padronizada deve levar em consideração o planejamento do retorno, o retorno propriamente dito e o gerenciamento deste retorno”, orientou Alessandro do Carmo, ressaltando o papel da equipe multifuncional, que irá pensar em tudo.
Ele citou a necessidade de regras que limitem a quantidade de pessoas nos elevadores, rodízio de datas e horários para o uso da áreas comuns, reforço na rotina de manutenção dos equipamentos, como, por exemplo, do ar-condicionado. “Tenho chamado esse conjunto de regras de ‘regulamento interno de transição’”, revelou.
Condomínios
“Estamos todos aprendendo com esse processo de reabertura, e os condomínios residenciais começam a participar deste movimento”, disse Moira de Toledo, convidando a advogada Fernanda Lisboa, presidente Capítulo do IREM® do Estado de São Paulo no 111, para falar sobre suas experiências. A associação internacional, segundo disse, proporcionou nesta fase de pandemia um suporte on-line para todos os profissionais que administram propriedades.
“Foi criado o IREM® Community Room, um ambiente para tirar dúvidas e participar de cursos e eventos relacionados aos protocolos de reabertura. A associação internacional proporcionou nesta fase de pandemia um suporte on-line muito importante para todos os profissionais que administram propriedades.”
“No Brasil, estamos preparando um material, a ser lançado em breve, que vai auxiliar as administradoras e condomínios brasileiros nesta retomada”, revelou Fernanda, salientando que essa operação de reabertura das áreas comuns é muito complexa, com muitos envolvidos, além da gestão dos recursos humanos.
Fernanda considera importante estabelecer regras gerais para todos os condomínios e regras específicas, conforme a característica de cada empreendimento. Essas regras devem ser implantadas em etapas, levando-se em conta a estrutura física do empreendimento, a capacidade, os perfis do condômino e do usuário, o fluxo de pessoas, tipo de uso (comercial, residencial ou misto), entre outras características.
A advogada apontou ainda a observância de existência – ou não – de casos confirmados de Covid-19, dos horários de maior demanda, da periodicidade de limpeza, desinfecção de sanitização, entre outras questões que vão precisar ser administradas em cada fase. “O papel de líder neste momento é primordial. Temos a responsabilidade de transformar esse mundo”, destacou Fernanda Lisboa.
Assista a íntegra da Live, que já disponível no canal do Secovi-SP no YouTube.