
No início de um novo ano, as empresas traçam metas e enxergam perspectivas com base em dados conjunturais. Este ano ainda carrega um pouco da ressaca de 2016, período em que o mercado imobiliário registrou baixos índices de lançamentos e vendas.
Para auxiliar o entendimento dos empreendedores acerca do comportamento do mercado em suas diversas áreas, o departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP elaborou a segunda edição do Anuário do Mercado Imobiliário, apresentado em evento na sede da entidade na manhã de quinta-feira, 30/3.
Comemoração – O presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, falou na abertura do evento que o Anuário, produto concebido na gestão de seu antecessor Claudio Bernardes, é uma importante coletânea, que permite medir o comportamento do mercado.
Amary lembrou que os dois últimos anos foram difíceis e de forte recessão, com os indicadores empurrando o mercado para baixo. “Agora, um novo tempo começa para todos nós. A inflação está controlada, os juros estão baixos e o mundo vê nosso país com outros olhos. Este é o ano da retomada, da virada. Iniciamos um novo ciclo”, ressaltou o dirigente. “Vamos multiplicar esse novo ânimo. O momento é de celebrar e multiplicar conhecimentos e otimismo”, concluiu.
Demanda – O professor e coordenador de projetos na FGV (Fundação Getúlio Vargas), Robson Gonçalves, apresentou o estudo inédito Cenários para Demanda Habitacional no Brasil, desenvolvido pelo Secovi-SP em parceria com a instituição de ensino.

A fim de antecipar o entendimento sobre as necessidades habitacionais em 2025, o estudo traz uma prospecção da demanda elaborada segundo a lógica atemporal (demográfica e socioeconômica). O professor explicou que o crescimento populacional e os fatores econômicos, como renda familiar e acesso ao crédito, determinam a taxa de formação das famílias propensas a demandar novos domicílios.
“Há uma dinâmica distinta no Brasil entre pessoas, famílias e domicílios. A taxa de crescimento da população está em expressiva queda, resultado da redução da fecundidade. A taxa de formação de famílias, no entanto, apresenta aumento do número de pessoas por família. E o tipo distinto de família, que está sujeito à dinâmica própria”, disse Gonçalves.
“Para o setor imobiliário, a formação de domicílios é o que interessa. Existe demanda futura e demanda potencial. Em condições conservadoras, o Brasil vai apresentar, de 2015 a 2025, um estoque de domicílios de 14,55 milhões. Volume próximo de toda a Espanha ou Califórnia”, disse o professor. Para tanto, deve-se solucionar a equação do atendimento à demanda com a produção de 1,5 milhão de moradias por ano, até 2025.

Conteúdo – Com quase 200 páginas, o Anuário do Mercado Imobiliário traz estatísticas e análises sobre aprovação de loteamentos, indicadores de imóveis novos, usados e destinados à locação, e dados de condomínios. Durante o lançamento da publicação, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, apresentou um resumo daquilo que os leitores encontrarão na publicação. “São dados essenciais e que contribuem na tomada de decisão de empresários e demais agentes do setor”, ressaltou.
“Desenvolvimento urbano e incorporação são atividades muito complexas. A análise de números e os exercícios de cenários futuros permitem traçar cenários possíveis”, concluiu Petrucci.
Faça download do Anuário do Mercado Imobiliário