Crescem os lançamentos e as vendas de imóveis novos

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apurou em junho deste ano a comercialização de 6.319 unidades residenciais novas na capital paulista. O resultado foi 103% superior ao total comercializado em maio (3.100 unidades) e 176% acima das vendas de junho de 2018 (2.288 unidades).

No acumulado de 12 meses (julho de 2018 a junho de 2019), as 36.673 unidades comercializadas representaram um aumento de 32,2% em relação ao mesmo período anterior (julho de 2017 a junho de 2018), quando as vendas totalizaram 27.742 unidades.

Lançamentos – De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em junho de 2019, o total de 9.415 unidades residenciais lançadas, volume 263,0% acima do mês de maio de 2019 (2.594 unidades) e 218,8% superior ao que foi apurado em junho de 2018 (2.953 unidades).

No acumulado de 12 meses, referente ao período de julho de 2018 a junho de 2019, os lançamentos na Capital somaram 46.976 unidades, 46,2% acima das 32.140 unidades lançadas no mesmo período do ano anterior (julho de 2017 a junho de 2018).

Semestre – Em termos de lançamentos, este primeiro semestre foi o melhor da série histórica, iniciada em 2004. Em seis meses, foram registrados os lançamentos de 18.382 imóveis, conforme apurados pela Pesquisa do Mercado Imobiliário.

Com 18.745 unidades comercializadas no semestre, o volume de vendas só ficou atrás do apurado no mesmo período de 2008, quando foram vendidas 19.224 unidades.

“O mercado de imóveis novos vinha apresentando comportamento descolado de alguns indicadores macroeconômicos, como crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e índices de confiança”, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Contudo, a inflação totalmente controlada e dentro da meta do governo e a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados são fatores positivos, que permitiram às empresas lançar novos projetos com maior segurança. “Esses aspectos macroeconômicos, aliados à manutenção dos atrativos preços dos imóveis e à demanda reprimida dos últimos anos de crise, colaboraram com os excelentes resultados de lançamentos e vendas em junho”, analisa Basilio Jafet, presidente do Sindicato da Habitação.

“Os números surpreenderam e superaram os resultados tradicionalmente percebidos em meses de dezembro dos melhores anos da nossa série histórica. Note-se que, no último mês do ano, lançamentos e vendas costumam crescer em razão de as famílias receberem o 13º salário, com aumento do poder de compra, e de as empresas terem de fechar as metas estabelecidas no início do ano”, completa Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

Perspectivas – Agora, a expectativa é que esse crescimento se mantenha sustentável até o fim do ano. Historicamente, o desempenho imobiliário do primeiro semestre corresponde a cerca de 40% de toda a atividade do setor. Tal perspectiva pressiona a oferta de terrenos disponíveis para atender essa demanda imobiliária, reforçando a necessidade de calibragem da Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo defendida pelo setor.

“Mesmo diante desse bom desempenho do mercado imobiliário, ainda nos preocupa a falta de calibragem na Lei de Zoneamento. Somente com os necessários ajustes será possível a manutenção do equilíbrio do mercado, com maior oferta de unidades à população que busca o primeiro imóvel ou precisa mudar de moradia”, afirma Kallas.

Oferta – A capital paulista encerrou o mês de junho com a oferta de 23.033 unidades disponíveis para venda. A quantidade de imóveis ofertados cresceu 13,4% em relação a maio (20.303 unidades) e 31,2% em comparação a junho de 2018 (17.558 unidades). Esta oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (julho de 2016 a junho de 2019).

Destaques – Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se no mês de junho em todos os indicadores: maior volume de vendas (4.225 unidades), lançamentos (6.299 unidades), imóveis ofertados (14.206 unidades), maior VGV (R$ 1.182,5 milhões) e melhor desempenho de vendas, com VSO de 22,9%, resultado de 4.225 unidades comercializadas em relação aos 18.431 imóveis ofertados e lançados no mês.

Unidades com menos de 45 m² de área útil também se destacaram em todos os indicadores: vendas (3.730 unidades), lançamentos (5.385 unidades), imóveis ofertados (11.402 unidades), VSO de 24,6% e maior VGV (R$ 994,2 milhões).

Por faixa de preço, as unidades com valor de até R$ 240 mil lideraram em vendas (3.012 unidades), lançamentos (4.769 unidades), oferta final (8.832 unidades) e maior VSO (25,4%).

Em junho, foram vendidas 2.906 unidades econômicas e lançadas 4.769 unidades. A oferta foi de 7.455 unidades disponíveis para venda e o VSO ficou em 28,0%. Nos outros segmentos de mercado, a pesquisa identificou 3.413 unidades vendidas, 4.646 unidades lançadas, oferta final de 15.578 unidades e VSO de 18,0%.

Confira no Portal Secovi-SP a pesquisa completa, com dados da Região Metropolitana de São Paulo.