Bianca Setin, diretora de Operações da Setin Incorporadora,
associada Secovi-SP
   

Para Bianca Setin, diante das incontáveis possibilidades tecnológicas, o caminho a seguir é adotar o que for estratégico para o desenvolvimento sustentável do setor e levar e inovação e excelência ao público consumidor

A personalização é a tendência da vez. Se antes da pandemia os consumidores já simpatizavam com a ideia de materializar seus desejos e necessidades, com os acontecimentos sociais dos últimos 2,5 anos essa visão se consolidou principalmente em segmentos como o imobiliário, que está diretamente ligado à realização de sonhos, conforto e bem-estar.

O setor imobiliário é cíclico. Logo, quem faz parte desse universo está habituado a superar as adversidades impostas pela conjuntura socioeconômica. Prova disso é que, de acordo com a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística da entidade com as incorporadoras associadas, o volume de lançamentos de imóveis em agosto na cidade de São Paulo aumentou significativamente – de 4.500 unidades em julho para 7.036 em agosto – uma variação de 56,4%. Assim, o Valor Global de Vendas (VGV) para agosto chegou a R$ 3,03 bilhões.

Agora, com a alta demora da personalização conforme as preferências do consumidor, passou a ser indispensável para aqueles que almejam o sucesso no setor saber interpretar as mudanças do produto imobiliário e entender o protagonismo da tecnologia para destacar os empreendimentos e reter a fidelidade dos clientes compradores. 

Público-alvo

Como o bem-estar e a praticidade são objetos de foco do público-alvo, a concepção de um produto imobiliário qualificado antecede até mesmo o empreendimento em si. Explico: a escolha pela localização pode torná-lo muito mais atrativo, pois todos preferem estar rodeados de comércios e opções de transporte, mobilidade e lazer.

Visto que atualmente há inúmeros perfis de famílias e uma mudança no ambiente profissional, segundo a qual o lar e o trabalho podem estar reunidos em um mesmo espaço, as incorporadoras e as construtoras devem apostar cada vez mais em plantas flexíveis que facilitem as adaptações dos cômodos. Além disso, as áreas comuns precisam atender as demandas dos moradores, otimizando a rotina deles para que o tempo possa ser investido em suas prioridades. 

Antes do cenário de pandemia mundial, pensava-se no mercado imobiliário que em cinco ou dez anos iríamos lavrar escrituras, realizar registros e vendas online. Em muitas empresas, essas e outras medidas tecnológicas foram incorporadas em poucos meses apenas, uma vez que a transformação digital começou a ser encarada como um ativo indispensável para o progresso das organizações e seus respectivos produtos e serviços.

Tecnologia e sustentabilidade

Outros elementos tecnológicos que viraram essenciais nos dias de hoje são aqueles que podem ser facilmente instalados nos próprios produtos imobiliários, como os lockers inteligentes que funcionam em sinergia com o sistema dos Correios. Podemos contar ainda com a inclusão de fechaduras eletrônicas, visitas virtuais para que as pessoas possam conhecer as opções de decorados e até mesmo a assinatura digital de contratos entre as partes envolvidas no negócio.

É importante ressaltar que medidas ligadas à sustentabilidade também estão alinhadas com a evolução da tecnologia, uma vez que algumas delas, ao serem adotadas em empreendimentos inteligentes e sustentáveis, fazem uso de recursos tecnológicos e contribuem para a preservação do meio ambiente, além de potencializar a valorização do imóvel.

As possibilidades tecnológicas que podem ser aplicadas são incontáveis, e o caminho a seguir é analisar e adotar tudo o que for benéfico e estratégico para o desenvolvimento sólido e sustentável do setor a fim de levar sempre inovação e excelência ao público consumidor.

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