Nos últimos dez anos, o número de pessoas que optaram pelo seguro fiança locatícia como garantia para um contrato de locação saltou de 10% para cerca de 20%. Na avaliação de José Carlos de Lucca, instrutor e palestrante da Porto Seguro, essa opção tem-se destacado no mercado em virtude da efetiva segurança que dá ao locador e ao fato de o locatário ser poupado de ter de ir atrás de uma fiador.
Para ele, esse número poderia ser ainda maior. “Não há resistência por parte das pessoas para aderir ao seguro, falta informação”, diz de Lucca, para quem o locatário, se bem esclarecido das vantagens, tende a optar pelo seguro. De acordo com ele — que ministrou recentemente palestra sobre o assunto na Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (Acigabc) em evento promovido pelo PQE (Programa Qualidade Essencial) —, o valor do produto costuma ser impeditivo para muitos inquilinos. “No entanto, se o contrato de locação for de um valor interessante tanto para a imobiliária quanto para o locador, negociações podem ser feitas”, emenda.
De Lucca cita como exemplo de uma negociação vantajosa a ambas as partes a hipótese de um locador que aceita pagar metade do seguro fiança. Dependendo do valor do contrato, assumir essa despesa vale a pena, tendo em vista a efetividade da garantia contratada e os valores que amealhará ao longo da vigência da locação. Para o inquilino, contrabalança, pois se vê livre de considerável parte do valor do seguro. Esse jogo de cintura e a habilidade de conciliar interesses no fechamento de uma locação foram os pontos tônicos da apresentação do instrutor da Porto Seguro.
Se bem informados sobre as peculiaridades do seguro fiança, corretores de imóveis podem recomendá-lo a seus clientes, o que acaba sendo um elemento facilitador para a assinatura do contrato e, inclusive, um argumento de venda e aliado para alavancar mais contratos de aluguel para as imobiliárias. O seguro tem outras vantagens. Quem o contrata tem um crédito de até R$ 1.200 para usar em diversos serviços, como encanador, help desk para computador, manutenção de eletrodomésticos.
Mais: o valor do seguro pode ser parcelado — benefício disponível apenas em imobiliárias previamente cadastradas na seguradora.
Manual Boas Práticas – No evento, o Secovi-SP também lançou regionalmente o Manual Boas Práticas na Intermediação de Compra e Venda de Imóveis. A publicação tem por objetivo balizar a atuação das empresas imobiliárias e de profissionais da área, propondo um padrão mínimo a ser atingido em termos de qualidade da corretagem prestada. Baseado na atividade de intermediação de imóveis prontos (novos ou usados), com suas peculiaridades, o trabalho aborda uma série de questões, que vão da captação ao fechamento do negócio, além de aspectos contratuais e jurídicos envolvidos na transação imobiliária.