O Secovi-SP recebeu em sua sede Emílio Carazzai, presidente do conselho do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), para uma palestra sobre governança corporativa e compliance, que falou a um público de mais de cem empresários e executivos do mercado imobiliário, no dia 13/10.
Na abertura do evento, Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da entidade, comentou sobre algumas características particulares da indústria imobiliária que reforçam a necessidade de adoção de práticas de governança e compliance: forte relacionamento com órgãos públicos e uma quantidade muito grande de empresas familiares, nas quais decisões e administração são centralizadas e há dificuldade em separar questões de família e da empresa.
“Nesse momento em que vivemos, com a corrupção em evidência, as empresas que querem ter um futuro próspero não podem negligenciar esse tema e o Secovi-SP, dentro da sua missão, quer contribuir para que o setor, como um todo, possa se aperfeiçoar e caminhar”, afirmou. “É perfeitamente possível às empresas de pequeno e médio portes aplicar essas medidas como prática de gestão efetivamente”, completou.
Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, destacou a importância do tema na agenda de ações lideradas pela casa. “Cada vez mais temos que discutir esse assunto e buscar, nas nossas atividades empresariais e enquanto organização, tratar não só de governança, como de ética também, e oferecer esse conhecimento para as pessoas que colaboram conosco”, afirmou o dirigente.
Em efervescência no País, a governança corporativa vem pautando diversas iniciativas citadas pelo palestrante Emílio Carazzai, como o estatuto jurídico de governança das estatais; o Programa de Integridade: diretrizes para empresas privadas, da Controladoria-Geral da União (CGU); e os cadernos de Governança Corporativa do próprio IBGC, disponíveis para download no site e em versão para tablets. “A sociedade clama por mais transparência, qualidade e melhoria na gestão das empresas brasileiras”, afirmou.
Geração de valor; qualidade das decisões na empresa; fortalecimento da marca, imagem e reputação; proteção aos administradores e prevenção contra fraudes e abusos foram alguns dos benefícios da governança corporativa citados por Carazzai. Embora, segundo ele, o “pacote completo” da implementação de governança corporativa e compliance em uma empresa possa chegar a R$ 5 milhões ao ano, a primeira ação é educação, em especial nas empresas familiares, e com apoio da liderança. “Falta de apoio da alta administração e o responsável pelo compliance não ter força são grandes erros”, alertou.