Aumento de juros e inflação é problema mundialmente enfrentado por países avançados ou emergentes. Um repuxo da pandemia que, caso não seja intensificada pela 4ª onda, será administrado à medida que a oferta de bens e serviços for suficiente para atender à demanda, que voltou rapidamente graças ao avanço da vacinação.
Em recente encontro com as principais lideranças do setor imobiliário, congregadas no Grupo de Empresas Incorporadoras do Secovi-SP (GEIS), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), analisou os cenários local e internacional.
O gargalo da demanda foi por ele apontado como uma das razões para a alta da inflação, a qual, segundo ele, “é o imposto mais perverso”, principalmente para as faixas de menor renda. “O esperado reequilíbrio na oferta de bens e serviços não ocorreu após a reabertura.”
No Brasil, além da desvalorização da moeda, a taxa de inflação foi acentuada por uma crise hídrica. Preços de energia e de alimentação impactaram fortemente o custo de vida.
Já o comportamento dos juros também reflete uma ‘percepção fiscal negativa’ que, conforme o presidente do BC, não procede, já que o Brasil está entre os países com maior consolidação fiscal.
“PEC dos Precatórios e proposta de mudança no Imposto de Renda passaram ao mercado a mensagem de que o País não pode crescer de forma sustentada. Para mudar isso, é preciso avançar nas reformas estruturais e comunicar a verdadeira trajetória do risco da dívida pública, que está sendo mitigado com o aumento da arrecadação”, considerou Campos Neto, para quem o PIB poderá ficar entre 2% e 2,5% em 2022.