Sempre acreditei que os protagonistas do setor imobiliário têm vocação e competência para construir um mundo melhor. No Brasil, para cumprir tão nobre missão, nossos empresários e profissionais têm mantido um desempenho notável, e a 20ª edição do Prêmio Master Imobiliário nos convida a fazer uma retrospectiva dos desafios, das superações e conquistas do mercado nessas duas últimas décadas. 

O ano de 1994 foi um divisor de águas com o lançamento do Plano Real e o controle da inflação. A esperança renasceu, pois não há convivência produtiva entre indústria imobiliária, altas taxas inflacionárias e juros em ascensão. 

O Prêmio Master Imobiliário foi lançado em meio a esse novo contexto socioeconômico. A premiação de estreia, em 1995, foi disputadíssima, consagrando 12 cases de excepcional qualidade. Aliás, selecionar os melhores trabalhos foi e continua sendo uma tarefa árdua. 

O ano de 1997 destacou-se com a criação do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que abriu novos caminhos para o financiamento de imóveis para a classe média. 

Já o período de 1999 a 2001, marcado no cenário internacional pela crise asiática, a moratória russa e o atentado de 11 de setembro nos EUA e, no Brasil, pelo “apagão” de energia elétrica e o novo Plano Diretor da cidade de São Paulo em discussão, pontuado de restrições construtivas, refletiram no mercado, mas nossos players souberam encontrar alternativas. 

Esse esforço foi recompensado em 2002, com a resolução federal que vinculou recursos do Fundo de Compensação de Variações Salariais, cerca de R$ 30 bilhões, para o crédito imobiliário. Neste ano, o Master premiou 16 cases

O triênio 2005/2007 foi auspicioso. Só na Região Metropolitana de São Paulo, em 2007, foram comercializadas 45 mil unidades, contra a média anual de 33 mil. O Brasil lançou os primeiros IPOs, que deram visibilidade internacional ao nosso setor. 

Em 2008, a “bolha” imobiliária que devastou os EUA e a Europa, mas não afetou nosso mercado altamente profissionalizado e maduro, ajuda a criar e desenvolver o Minha Casa, Minha Vida, maior programa de habitação popular da história do País. 

De lá para cá, a demanda por imóveis continua aquecida. Por razões macro conjunturais, ainda faltam melhores condições para suprir integralmente a demanda formada pelo déficit habitacional – entre 6 e 7 milhões de unidades –, e o crescimento vegetativo da população, o que explica, em parte, a valorização da propriedade imobiliária no Brasil. 

Com controle inflacionário, política de desenvolvimento econômico consistente e perene, e legislação em sintonia com as necessidades urbanas, nossos players continuarão a contribuir com o País, garantindo que todos os segmentos tenham acesso à moradia, aos locais de trabalho e lazer, em condições crescentes de excelência, assim como o fizeram os 19 vencedores do Master 2014.