Amaioria das pessoas ainda tem medo de adquirir seu imóvel, mas, embreve, os lançamentos das grandes construtoras vão comprovar que essapossibilidade é real para quem tem menos renda. A declaração foi feitapor Elbio Fernández Mera, vice-presidente de Comercialização eMarketing, durante plenária setorial, dia 23/6, antes de apresentar osparticipantes de painel que tratou de imóveis econômicos, Romeu Braga,diretor da Living Construtora (Grupo Cyrela), e Daniela Ferrari,diretora de Negócios da Tenda. ?São dois jovens e bem-sucedidosprofissionais do mercado, que atuam nas principais representantes dosegmento?.


Mercado em evolução
– Primeiro afalar sobre sua experiência, Romeu Braga contou que iniciou sua carreirano setor imobiliário trabalhando no mercado popular, que era visto comoo submundo da incorporação. ?Ninguém queria trabalhar nele, porque haviamuitos aspectos negativos. Dia a dia, sempre foi vencer barreiras,superar dificuldades?, disse. ?Hoje, chamado econômico, o popular estána moda. É um mercado de construção civil em construção. Temos detrabalhar muito ainda.?

Para Braga, um dos marcos nosetor foi a abertura de capital, em 2005, de empresas do setor, que, porconta disso, passaram a sofrer pressão para crescer e abrir novosmercados. Esse movimento e o cenário positivo do mercado motivaram aCyrela a investir no segmento econômico, com a criação, em 2006, daLiving Construtora ? ?que teve rápido crescimento possibilitado pelotrabalho em parceria.?

Dentre os aspectos queproporcionam um quadro favorável para o mercado imobiliário, ele destacacomo fundamentais o crédito (mais importante que o produto imobiliário)e o controle da inflação; além de segurança jurídica; queda dos juros;aumento da renda e outros. Velocidade é questão importante nessesegmento, em todas as etapas. ?É indispensável ser rápido em tudo.?

Ele explicou que esse mercado pode ser dividido em duasfatias, dois subconjuntos: econômico (de R$ 1.900 /m2 a R$ 2.700 /m2) esuper econômico (R$ 1.900 /m2). De 2004 a 2008, a atenção esteve voltadapara o nicho de econômicos, que cresceu 84%. Não havia, nesse intervalode tempo, condições adequadas para se atuar na outra faixa. Mas o setorquebrou paradigmas, se acomodou de tal maneira, que vem migrando paraoutros mercados.

Pacote habitacional – Em 2009, a boanotícia, para Romeu Braga, foi o programa Minha Casa, Minha Vida,resultante de trabalho conjunto do governo, Caixa Econômica Federal einiciativa privada. ?Governo teve a humildade de sentar para conversarcom que está com a barriga no balcão?, afirmou.

Fezconsiderações sobre as medidas de incentivo ao setor para a construçãode 1 milhão de moradias, como desoneração de custos, fundo garantidor,subsídios, processos e outras. ?Há boa vontade e algumas medidas estãoacontecendo timidamente, mas já existem. O mercado está em construção,inclusive de processos, e os problemas serão vencidos por meio dadiscussão constante.?

Por outro lado, a iniciativaprivada também tem compromissos, que devem ser cumpridos, como a reduçãode ciclos e a necessidade de desenvolver produtos dentro das premissasdo pacote. ?Temos como dever de casa operar na faixa de zero a trêssalários e, para isso, precisamos entender o ciclo da produção. Esseproduto é uma bela escola para aprender a fazer popular com menosrisco.?

O Minha Casa, Minha Vida permite que maispessoas tenham acesso ao imóvel, proporcionando uma inclusão socialnunca imaginada, sem tratar as empresas do setor como instituiçãoassistencial. Também provoca uma inversão do mercado de econômico parasuper econômico, onde se encontra a maior demanda por habitação.

Romeu Braga diz que o programa veio para ficar,independente de governos, e acredita que o setor precisa repensar seumodelo de atuação e o ciclo do negócio, bem como tornar mais rápido ociclo de construção e reduzir custos.

?Os desafios sãoconhecidos e podem ser superados com muito trabalho, discussão einteração. Somos competidores, não inimigos. Podemos discutirestratégias comuns, boas para todos?, concluiu.