O consumo de água representa de 10 a 15% do total das despesas ordinárias dos condomínios, perdendo apenas para encargos e mão-de-obra. Atualmente, essa água é rateada pelo número de unidades autônomas do conjunto e quem gasta pouco paga pela média, assim como quem gasta muito.

“A instalação do hidrômetro individual não é apenas uma questão de justiça nas contas de água. Ele pode, também, reverter um quadro de desperdício que poderá comprometer, em um período de longo prazo, o abastecimento. O problema é mundial, e a água está se tornando escassa também no Brasil”, ressalta Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP.

Os submedidores individuais de água são capazes de evitar o desperdício e contribuir para que as contas de água sejam reduzidas em até 30%, de acordo com Gebara. Entretanto, os equipamentos só podem ser instalados, sem transtornos, nos novos prédios, com previsão desde o projeto. “Em prédios antigos, com mais de três prumadas, não compensariam pelo transtorno e custo da obra”, afirma o vice-presidente do Sindicato da Habitação.

A questão da água ainda não foi entendida e analisada em toda a sua grandeza. Bem finito, a água já é considerada, em termos globais, investimento com rentabilidade maior que gás e petróleo, num mundo em que são ícones. “Agora, o tema começa a dominar os debates também no Brasil. Mas esse debate já está na ordem do dia em outros países, onde há rios que não estão mais conseguindo desembocar no mar. Uma das dificuldades é que a agricultura é a grande vilã do consumo de água, mas recuar a fronteira agrícola é impensável num planeta onde há fome”, conclui o dirigente.