O Brasil é o país do BRIC que apresenta as melhorescondições para investimentos estrangeiros, de acordo com a avaliação doeconomista norte-americano, Lawrence Yun, feita durante a palestra“Investimentos Internacionais nos Países Emergentes”, naConvenção Secovi 2008.

“O Brasil supera a Rússia, aChina e a Índia em termos de oportunidades, apesar de ainda sernecessário desenvolver uma base mais sólida para conter possíves riscoseconômicos”, afirmou Yun, eleito um dos 10 melhores economistas domundo.

Além de manter a inflação sob controle eestabilizar a macroeconomia, o Brasil possui liberdade política. “Quemdiscorda da administração do presidente Lula”, questionou Yun. Comopoucos se manifestaram, o economista afirmou que tal comportamentodemonstra aceitação ao governo e à administração públlica.

Direito de propriedade – Por haver menos riscos políticos, hámenores interferências ao direito de propriedade, conforme Lawrence Yun.”O Brasil está à frente. Não é possível compreender o risco na Rússia;na China há forte controle governamental sobre o direito de propriedade- após 40 anos de locação, o imóvel é retomado pelo governo; e na Índiahá forte predominância de uma classe intelectual que mantém viva afilosofia de que o governo deve interferir em algumas atividadesprivadas, apesar de viverem uma democracia”, analisou.

“Além disso, não há estrangeiros que queiram comprar imóveis desegunda residência na China, e na Índia isso é proibido. O Brasil, assimcomo os Estados Unidos e a Espanha, está aberto aos investimentos”,concluiu.

Apesar do forte interesse internacional, anecessidade de vistos de entrada no Brasil dificulta o acesso dosinvestidores.

Rússia e Índia são dependentes dosrecursos naturais e da importação de petróleo. Já o Brasil tem autonomiana produção do recurso natural. Apesar dessa independência, o custo docombustível no País é muito alto – quase o mesmo praticado nos EstadosUnidos. “Isso tem um fator positivo: aqui não se desperdiça gasolina, oque leva à valorização do produto”, analisou Lawrence Yun. “A longoprazo, quem sofrerá o ônus do desperdício do petróleo é a Venezuela.”

Mundo imobiliário – Os imóveis brasileiros, deacordo com Yun, são subavaliados, pois o preço do metro quadrado em SãoPaulo gira em torno de U$ 1 mil, metade do valor praticado nos EstadosUnidos. “Com um grande déficit habitacional e crescimento da classemédia, o Brasil necessita de medidas políticas sociais. A desigualdade émuito grande. Com estímulo ao crescimento econômico, haverá ascensãosocial e, conseqüentemente, compra de moradias. A hipoteca no Brasil nãoé o que poderia ser”, disse Lawrence Yun.

A mobilidadesocial nos Estados Unidos é constante e as famílias mudam de moradia acada sete anos. “As consequências de uma economia em crescimento são asaspirações por mudanças de vida, mais trabalho e poupança. A primeiracasa é um impulso para a troca por uma outra melhor. No Brasil, isso nãoexiste, não sei se por obstáculos do governo ou se pelo valor dopagamento antecipado da moradia, que é muito alto. Não copiem o modelodo subprime norte-americano, mas permitam que mais pessoas da classemédia obtenham crédito”, afirmou.

O índice de liberdadeeconômica no Brasil ainda é muito inferior a da maioria dos países – 56%contra 90%, respectivamente. “O Chile tem um nível de liberdadeeconômica maior que o de vocês. Isso dá espaço para o fortalecimento dodireito de propriedade e permite que a economia avance mais rápido.Estou bastante otimista com as oportunidades do Brasil”, encerrou.

A Convenção Secovi acontece no hotel Holiday In atéo dia 27/9. Simultaneamente, acontece a terceira edição do SalãoImobiliário São Paulo, no Anhembi, que vai até 28/9.