“Neste momento de incerteza no cenário internacional, esperamos que haja uma sinalização clara por parte do governo e dos bancos no sentido de continuar garantindo os recursos necessários para desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários para os próximos anos. No Brasil, a demanda por moradia é muito alta. Um fator que nos dá segurança é que os recursos para financiar a produção e a venda vêm do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do FGTS, que são mais estáveis e baratos, cujos custos são, respectivamente, 6% e 3%.

Diante da possibilidade de recessão mundial e com suas repercussões no Brasil, alguns projetos imobiliários serão adiados, até mesmo em razão do risco de um aumento dos custos dos insumos – o que deve ser repudiado pela sociedade. Não devemos tomar o mercado apenas pelas poucas empresas do setor listadas na Bolsa, cujas ações sofrem mais os efeitos da crise. Elas não representam o grande volume do mercado, que é composto por dezenas de milhares de empresas espalhadas pelo Brasil, a maioria de pequeno e médio portes. A geração de empregos, outro termômetro que mede o nível de risco da crise para o setor, continua registrando a expansão do número de vagas. Em agosto o crescimento foi de 2%.

Para se contrapor ao encarecimento dos insumos básicos, o Secovi-SP está estimulando a maior e mais eficiente produção dos fornecedores locais e até mesmo a criação de cooperativas de compras e a importação desses produtos. Descartamos a disparada de preços, que devem permanecer estáveis. Há demanda sólida e o momento permanece propício para a compra do imóvel, principalmente se a decisão já tinha sido tomada.

Continuamos a trabalhar com a projeção de que os recursos da caderneta de poupança financiarão de 280 a 300 mil unidades neste ano. Por outro lado, o FGTS deverá aplicar em torno de R$ 10 bilhões entre financiamentos à habitação popular e descontos para famílias de renda até R$ 1.875,00. Porém, é aconselhável incrementar o uso dos recursos do FGTS que se encontram disponíveis, para abranger mais unidades e conceder subsídios adicionais às famílias. Não se deve utilizar este fundo para financiar algo que não seja habitação popular e saneamento básico.”

Reportagem na TV Globo – assista reportagem concedida pelo economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, ao Jornal Hoje do dia 13/10, veiculado na TV Globo, acessando

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