Mais de 120 pessoas lotaram um dos quatro auditórios da Convenção Secovi, no Parque Anhembi, para assistir, no dia 28/9, o painel “Imoveis de Lazer”, coordenado por Carlos Alberto Campilongo Camargo, vice-presidente Administrativo Financeiro e de Relações Trabalhistas do Secovi-SP.

A primeira palestra foi ministrada pelo presidente da Adit Nordeste (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro), Felipe Cavalcante de Melo Lima, que discorreu sobre as percepções que os investidores têm do Brasil e como o país pode maximizar seu potencial.

“Muitos estrangeiros chegavam ao Nordeste querendo investir na região e não tinham a menor idéia por onde começar”, afirmou. Por isso, foi criada Adit, que tem entre seus objetivos viabilizar o financimento imobiliário para estrangeiros, definir as competências de licenciamento ambiental, criar selo de regularidade imobiliária e realizar pesquisa sobre turismo residencial para saber o tamanho do mercado, demandas, entre outras.

“A nossa prioridade é o financiamento de imóveis para estrangeiros. A gente precisa entender que na Bulgária, Turquia, Tailândia, Vietnã, Camboja, Marrocos, Cabo Verde , Caribe, sem falar na Europa, têm financiamento. Então, na hora de comprar, eles vão preferir comprar em um destes lugares, pois não tem que colocar tantos recursos próprios”, salientou.

O presidente da Adit apresentou alguns dados, demonstrando que o grande mercado para imóveis turísticos e de lazer, hoje, é o Reino Unido e a Irlanda. “Os países do Sul da Europa vendem para o Norte da Europa. É lá que está o mercado, o poder de compra e a cultura para comprar no exterior. Não para passar um mês de férias, mas para morar e se aposentar”, afirmou

Cavalcante destacou ainda os principais atrativos para investimentos turísticos e imóbiliários no Nordeste brasileiro. também citou os cuidados que devem ser tomados pelo empreendedor: desenvolvimento sustentável do litoral e o alto adensamento versus preço. “Não devemos repetir o que foi feito no Sul da Espanha e em outros lugares, que foram muito adensados”, exemplificou.

Em seguida, o palestrante Diogo Canteras, diretor da HVS International, destacou as tendências do turismo no Brasil. “Do ponto de vista de grande oportunidade, esse mercado é a galinha dos ovos de ouro, que pode variar de tamanho. Ela pode se transformar em uma codorna ou em uma avestruz dos ovos de ouro”, brincou Canteras, afirmando que isso depende da forma como são viabilizados esses empreendimentos.

“O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia citou em um discurso que haviam 460 projetos em desenvolvimento no Nordeste. A HVS fez um levantamento e constatou que são 32 projetos com altíssima probabilidade de acontecer no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, mas principalmente Bahia é onde eles estão acontecendo de maneira mais consistente”, afirmou Canteras. “O Nordeste deverá se tornar um grande destino de lazer internacional para o turismo de massa”, garantiu, apontando o mercado europeu como forte comprador do Brasil.

Ele elencou os vários motivos pelos quais os estrangeiros podem escolher um imóvel no Nordeste? “Porque é muito barato, mas tende a ficar mais caro à medida que o dólar perde valor. Sol quente e clima quente o ano todo. A economia do Brasil está estabilizada e o custo de vida é baixo para os padrões europeus. Não há terrorismo e o povo brasileiro é hospitaleiro. O Nordeste tem praias maravilhosas e não há catástrofes naturais, como furacão e tsunami. O custo de manutenção dos imóveis e mão-de-obra é baixo. Nós temos muitos pontos positivos.

Entretanto, ele também citou os pontos negativos, como distância da Europa, inglês pouco falado, sistema de saúde precário e médicos não falam inglês, sistema aéreo caótico, dificuldade para alugar propriedades, não tem opções para prática de golfe, burocracia para trazer e remeter dinheiro para o exterior, risco de desenvolvimento desordenado, exigência de visto de entrada e, finalmente, problemas de segurança. “Isso não deve ser visto de forma desanimadora e sim como lição de casa para que a galinha transforme-se em um avestruz dos ovos de ouro”, finalizou.

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