O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo confirmou a tradição de o mês de outubro não repetir o desempenho de setembro. As vendas realizadas no décimo mês sempre foram inferiores às de setembro, com exceção de 2010.

De acordo com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, os principais resultados da Pesquisa do Mercado Imobiliário de outubro foram:

. venda de 1.972 unidades, com variação negativa de 46,3% sobre setembro (3.674 unidades);

. lançamento de 2.359 unidades, volume 38% inferior em relação a setembro (3.805 imóveis), conforme dados da Embraesp;

. oferta final no período de 17.406 unidades;

. VSO (Vendas sobre Oferta) de 60,9% no período de 12 meses (novembro de 2011 a outubro de 2012). Esse indicador atingiu 56,7% em dezembro de 2011;

. VGV (Valor Global de Vendas) sobre total comercializado em outubro de R$ 940 milhões, diante de R$ 1,35 bilhão de setembro, atualizado pela variação do INCC/FGV;

. liderança do segmento de 2 dormitórios no perfil por tipo de dormitório vendido, com 1.116 unidades, equivalente a 56,6%.

Resultados acumulados – As vendas acumuladas no ano atingiram 21.176 unidades nos dez meses, com variação negativa de 3,3% sobre igual período de 2011 (21.890 imóveis comercializados). O lançamento de imóveis entre janeiro e outubro de 2012 foi de 18.841 unidades, ante as 26.551 unidades lançadas até o décimo mês do ano de 2011, com variação de -29,0%.

O VGV de vendas acumulado durante este ano foi de R$ 10,3 bilhões, com redução de 6,9% diante do VGV de janeiro a outubro do ano anterior, atualizado pelo INCC, de R$ 11 bilhões.

Considerações – Apesar de não repetir os resultados de setembro, está mantida a percepção de retomada de crescimento. Lançou-se em outubro o segundo maior volume de unidades de 2012, inferior apenas a setembro. O desempenho de vendas de outubro para período de 12 meses (60,9%) foi superior à média do ano, de 60,5%.

Lançamentos residenciais

Em unidades     Ano 2012

Jan

  674

Fev

1383

Mar

1578

Abr

1622

Mai

2239

Jun

1366

Jul

1737

Ago

2078

Set

3805

Out

2359

Para o Secovi-SP, a redução de atividades econômicas de forma globalizada contribuiu para a timidez na desenvoltura da economia brasileira e, consequentemente, do mercado imobiliário neste ano. “Além disso, outros fatores devem ser levados em conta na análise dos resultados, como os gargalos da legislação e a demora no processo de licenciamento de projetos. Os custos financeiros resultantes da demora na aprovação e as contrapartidas exigidas pelos licenciadores vêm contribuindo para reduzir a produção de novos empreendimentos, encarecer o custo do terreno e elevar o preço dos imóveis”, assinala o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.

Por iniciativa do governo, em virtude da redução das atividades imobiliárias, foram anunciadas medidas para incentivar o setor. Dentre as medidas, a desoneração sobre a folha de pagamentos ainda requer melhor conhecimento da regulamentação, pois o setor de edificações se utiliza da terceirização de mão de obra em atividades específicas da construção.

São consideradas positivas para o setor a redução da alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) de 6% para 4%, o aumento no limite do “RET social” para aplicação da alíquota de 1% de valor máximo do imóvel de R$ 85 mil para R$ 100 mil, e o capital de giro da Caixa Econômica Federal para micro, pequenas e médias empresas da construção civil.

“Essas medidas poderão contribuir para a retomada do crescimento sustentável do setor e, por consequência, da nação brasileira, porque o Produto Interno Brasileiro, o PIB, possui alta correlação com o comportamento da produção da construção civil”, explica o economista-chefe do Sindicato, Celso Petrucci.

A desaceleração da economia no ano, considerado o PIB de 2,7% em 2011 e a previsão de 1,5% para este ano, equivale a uma queda de 44,4%. Provavelmente, o mercado imobiliário sofrerá variação inferior a essa queda.

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