Mais de 800 pessoas, entre zeladores, porteiros, vigias, entre outros funcionários de condomínios e administradoras, e seus familiares, participaram da quarta edição do Dia da Ação Social dos Condomínios, no último domingo, 9 de junho, no Sesc Pinheiros. Cerca de 100 pessoas vieram de duas cidades: Sorocaba (63) e Guarulhos (34).

Idealizada pelo Projeto Ampliar, a iniciativa ofereceu durante o dia todo diversas atividades gratuitas, como jogos, brincadeiras, orientação à saúde, palestras e shows, além de comidas e bebidas típicas e sorteios de brindes.

O gerente adjunto do Sesc Pinheiros, Ricardo de Oliveira Silva, deu as boas-vindas aos participantes e, em seguida, passou a palavra para Sergio Meira de Castro Neto, diretor de Condomínios do Secovi-SP, que destacou a importância do trabalho dos funcionários de condomínios e administradoras na gestão condominial.

“Buscamos sempre aprimorar a gestão condominial por meio da promoção de diversos eventos como esse”, afirmou Meira, lembrando que, naquele data (9 de junho) foi comemorado o Dia do Porteiro. “Ser porteiro é muito mais que controlar acesso ao empreendimento. É ser comprometido, cordial e organizado. Ter iniciativa, atenção e cuidar da segurança de todos. Por isso, nosso muito obrigado a você, porteiro, que nos auxilia no dia a dia do condomínio”, afirmou o diretor.

Durante o evento, foram realizadas duas palestras. A primeira, sobre segurança em condomínios e, a outra, sobre primeiros socorros, ministradas respectivamente por representantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo e do Corpo de Bombeiros.

Segurança em condomínios

Na palestra “Segurança Condominial”, o capitão Marcos Daniel Fernandes, da 3ª Companhia da Polícia Militar do Estado de São Paulo, falou sobre prevenção de ações criminosas no condomínio. “Em 90% das vezes, o criminoso já sabe quais os pontos fracos do prédio. Por isso, é importante adotar medidas primárias de segurança”, disse, ressaltando que todos têm responsabilidade nesse processo de prevenção – porteiro, zelador, síndico e moradores.

O capitão esclareceu ainda que “a falha de um pode comprometer a segurança de todos”. Daí ser fundamental equilibrar o aspecto humano e de infraestrutura. “Não adianta colocar cem câmeras ao léu.” É importante, segundo ele, que elas estejam bem posicionadas e que gravem tudo o tempo todo. Mas é preciso alguém bem treinado para operá-las, e também a outros equipamentos. Ele exemplificou com a tradicional “gaiola”, colocada no acesso de pedestres e de veículos.

“A segunda contenção só pode ser aberta depois de fechada a primeira”, orientou, acrescentando que muitas vezes o funcionário abre o segundo portão por pressão do morador. “O condômino que exige a abertura da segunda gaiola antes do fechamento da primeira está comprometendo a segurança de todos”, concluiu, lembrando que o síndico tem obrigação de orientar funcionários e condôminos a esse respeito.

Em relação aos prestadores de serviços, ele sugeriu que todos eles têm de ser devidamente credenciados. Um dos problemas mais comuns é o condômino achar que o entregador de pizza e outros alimentos tem que subir até o seu apartamento. “O certo é o morador descer. Só deve subir o prestador daquele tipo de serviço que tem de ser feito na unidade.”

O policial militar encerrou a apresentação com dicas de como o síndico deve agir. Entre outras coisas, defendeu que o síndico aborde assuntos relativos a segurança nas assembleias, que solicite antecedentes criminais e pessoais nos processos da admissão, cadastre e mantenha atualizada a relação de condôminos e de seus veículos e que dê treinamento em segurança aos empregados.

Primeiros socorros

O sargento Carlos Alberto Santos Brasil, do Corpo de Bombeiros, falou sobre os principais procedimentos básicos e necessários para garantir a vida de vítimas de acidentes, antes da chegada do socorro especializado. 

A orientação inicial é que a pessoa que for prestar o atendimento esteja segura e em condições de ajudar. “Primeiro, devemos verificar se a pessoa está consciente, chamando-a por três vezes. Se estiver consciente, podemos perguntar: “como você está se sentindo? onde está doendo?”. Se estiver inconsciente, verificar os sinais vitais nos pulsos ou carótica (pescoço); checar e liberar as vias aéreas”, orientou o sargento, que trabalha há 25 anos na área de primeiros socorros. 

“Já vi muita coisa, principalmente com crianças”, contou, reforçando a necessidade de fiscalização constante das crianças. “Precisamos ter mais paciência e ficar de olho aberto. Esperamos que não aconteça nada, mas, se acontecer, não devemos ter medo de fazer o que tem que feito”, alertou o especialista, explicando o que deve ser feito em caso de fraturas fechada ou exposta, hemorragias e parada cardiorrespiratória.

“Antes de qualquer providência, chame o socorro especializado, pois assim poderão ser tomadas algumas medidas até a chegada dessa equipe”, afimou o sargento Brasil. 

Em caso de parada cardiorrespiratória, por exemplo, o sargento disse que “qualquer pessoa pode fazer a massagem cardíaca, desde que tenha orientação para não prejudicar o doente”. Ele mostrou como devem ser feitas as compressões torácicas, que não podem ser intensas, sob o risco de romper as costelas e perfurar os pulmões, ou até mesmo o coração, o que pode causar a morte.

O local em que a pressão deve ser feita é no meio do tórax, acima do estômago. Abra suas mãos e coloque uma sobre a outra. A força da pressão precisa ser de acordo com o tamanho da vítima.
? Aperte o tórax, pressione o coração com rapidez e solte em seguida. Faça uma compressão por segundo. Outro voluntário deve inclinar a cabeça do enfermo, abrir sua boca e realizar, a cada 30 compressões, uma respiração arti?cial por meio de aparelho especial ou boca a boca, com no máximo duas ventilações (sopros).
? Cheque o pulso tocando o seu indicador no pescoço do doente, mas não pare com as compressões.

“A força da pressão precisa ser de acordo com o tamanho da vítima. Aperte o tórax, pressione o coração com rapidez e solte em seguida. Faça uma compressão por segundo até 30 compressões. Cheque o pulso novamente, mas não pare com as compressões até a pessoa voltar a respirar ou chegar o socorro especializado”, explicou. 

Em caso de engasgo, o capitão deu a seguinte orientação: incline o corpo da criança para a frente e, com as mãos em concha, bata nas costas, até que o corpo estranho saia pela boca”, ensinou o sargento, alertando: “Em qualquer emergência, o mais importante é manter a calma para não ser também vítima”, resumiu. 

Saúde e bem-estar

Das 11 às 17 horas, duas enfermeiras e 13 técnicos e assistentes de enfermagem do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo) orientaram o público participante sobre prevenção de doenças e realizaram testes de acuidade visual e de glicemia (para detectar predisposição à diabetes) e verificação de pressão arterial. Foram realizados 402 atendimentos. 

A Cia Zen, empresa que presta consultoria na área de qualidade de vida, realizou sessões de quick massage, massagem expressa que ajuda na circulação e proporciona momentos de relaxamento. Quatro terapeutas corporais foram responsáveis pelas massagens, que duraram, cada uma, de 10 a 15 minutos, em 120 pessoas. 

A Sabesp também apoiou o evento com ações lúdicas e educativas do Clubinho Sabesp”, projeto voltado para o Uso Racional da Água com foco na Sustentabilidade. A criançada brincou e tirou com “Gota Borralheira” e recebeu uma revistinha com  jogos e atividades que ensinam como funciona o tratamento de água, estimulam a coleta seletiva, além de oferecer dicas de economia de água e promover concursos culturais, interagindo com as crianças informações . Saiba mais em www.clubinhosabesp.com.br . 

Personagens

Edijar Pereira, síndico do Condomínio Vale do Morumbi, divulgou a festa entre os funcionários do prédio e resolveu ir com a família ao evento. “É a primeira vez que venho, porque assumi como síndico há apenas dois meses”, contou. “É uma iniciativa maravilhosa, especialmente para o pessoal que trabalha nos condomínios”, disse, animado. Pereira aproveitou para ver como anda sua saúde: fez os exames de acuidade visual e de glicemia e mediu a pressão.

Aureni Santos Nascimento Assis acompanhou o marido Orlando, zelador de um prédio situado na Vila Madalena, onde o casal mora com o filho de 13 anos, também presente no Sesc. “Estamos gostando muito. É uma ótima opção de lazer”, disse Aureni, contando que pretende voltar na festa ano que vem.