O Brasil tem todas as condições de receber a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. O diagnóstico é do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participou da reunião da Política Olho no Olho promovida juntamente com membros do NAT (Núcleo de Altos Temas), do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

De acordo com ele, o País passou no teste durante a Copa das Confederações. “Mesmo com manifestações por todo o País, nenhuma seleção se atrasou para chegar ao estádio”, disse. Ele também pontuou que nenhuma TV do mundo reclamou da qualidade do sinal de transmissão. Ressalte-se que, para este evento, foi credenciado o dobro de emissoras em comparação com a Copa do Mundo da África. O sinal de celular, um problema no mundo inteiro, permaneceu estável, mesmo dentro dos estádios completamente lotados. E a Fifa reconheceu que todas as arenas da Copa das Confederações foram construídas “com o que se tem de mais moderno”.

Trazendo à tona alguns dos muitos legados que a Copa do Mundo deixará, Rebelo citou o crescimento do parque hoteleiro de algumas cidades-sede. “Uma rede de hotéis francesa está investindo R$ 1,5 bilhão no Brasil”, disse. Para ele, isso pode ser atribuído ao bom momento do País e aos investimentos que vêm sendo feitos. “O BNDES montou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para obras de infraestrutura, e já está praticamente esgotada”. De acordo com Rebelo, para cada real aplicado pelo setor público na Copa, estima-se que 3,4 reais sejam investidos pela iniciativa privada.

Na maior cidade do País, os investimentos em arenas resultarão em três grandes espaços também para eventos: os estádios do Corinthians, do Palmeiras e do São Paulo. “A cidade precisa disso. Hoje, o único espaço pra grandes eventos que tem aqui é o Anhembi. Não trouxemos o centro de mídia [da Copa das Confederações] para cá por falta de espaço”, afirmou Rebelo.

Segundo dados divulgados pelo governo federal, o total de investimentos para a Copa deve ser da ordem de R$ 28,1 bilhões, que custearão intervenções em mobilidade urbana, portos, aeroportos, estádios, infraestrutura turística e demais serviços estratégicos. Especificamente sobre a construção das arenas, Rebelo pontou que algumas são financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), outras têm incentivo fiscal (inclusive de governos estaduais e municipais) e outras são bancadas via PPP (Parceria Público-Privada).

Bom dentro de campo, já fora dele… – Rebelo sustentou que, em termos do esporte que é paixão nacional, ainda há muito o que fazer. “Temos apenas 2% do PIB do futebol mundial”, disse, enquanto os ingleses têm 30%; os alemães, 20%; e os espanhóis, 18%. “Não conseguimos gerar emprego e renda com o futebol. Quem vai a um estádio assistir a um jogo, mesmo que tenha dinheiro, não tem onde gastar”, emendou o ministro, deixando evidente o terreno fértil sobre o qual o esporte ainda pode avançar no País.