A sede do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) foi palco, nos dias 9 e 10 de novembro, do 3º Latin America Self Storage Expo. Durante o evento, 165 participantes – operadores do setor e pessoas e empresas interessadas em atuar no segmento – tiveram acesso a uma intensa programação, que incluiu um fórum exclusivo para operadores, oito palestras, área de exposição de produtos e serviços e uma mesa-redonda que encerrou a programação.

Vinte e dois anos depois de estrear no Brasil, a atividade passa por um momento muito especial, de entrada de fundos nacionais e internacionais e de aumento significativo de investidores individuais em várias cidades do País, informou Flavio Del Soldato Jr., diretor de Self Storage do Secovi-SP e presidente da Associação Brasileira de Self Storage (Asbrass), copatrocinadora do encontro.

De acordo com dados apresentados pelo dirigente, hoje há 153 operações de self storage em 17 estados do Brasil, totalizando 370 mil m2. A grande concentração está no Sudeste, com 110 unidades e um total de 238 mil m2, o que representa 75% da oferta.

Sobre a evolução do segmento no País, Rafael Cohen, da Smarbox, destacou a importância da união das empresas. “Self storage é uma atividade que exige disciplina e planejamento. Fazer parte de uma associação facilita o caminho a ser trilhado. Só conseguiremos progredir e estruturar o setor agindo coletivamente.”

Para Allan Paiotti, da GuardeAqui, o posicionamento correto é vital. “Estamos no começo e precisamos definir melhor o que é self storage, para haver compreensão por parte do público”, disse. Fernando Silva, diretor de Marketing da mesma empresa, destacando ainda a necessidade de um bom posicionamento e o foco no cliente. “Nosso negócio é resolver a falta de espaço de pessoas e empresas. Se elas enxergarem o self storage como uma extensão de sua casa ou empresa, serão usuários por mais tempo e embaixadores da sua marca”, disse.

Ashton Rowles, diretor da Colliers, aconselhou os empresários a construírem seus negócios em um padrão que agrade os investidores estrangeiros. Itens que são observados, além da renda efetiva, são os impostos, custo de seguro, manutenção e reparos, gerenciamento on e off-site, publicidade e administração geral do negócio.

Preço de locação

Um dos pontos mais comentados no evento foi a questão do preço de locação. A opinião geral é que empresas que pratiquem valores muito baixos não se sustentarão no longo prazo. “Vejo com tristeza a guerra de preços. Não podemos nos prostituir nem canibalizar nossas marcas. Temos de ser éticos, zelosos com o que fazemos. Precisamos atuar com competência, seriedade e diálogo com o setor, enfrentando o momento econômico com equilíbrio e cuidado”, disse Rafael Cohen, da Smarbox.

David Blum, presidente da Better Management System, comentou que, na recente recessão nos Estados Unidos, onde ele atua, o setor de self storage reduziu o preço de locação em cerca de 20% sem necessidade, sendo que a taxa de ocupação, em 2009, sofreu apenas uma leve queda. Para 2015, a projeção de ocupação é de 95%, com preços maiores. “A lição que eu deixo para vocês enfrentarem a crise é não entrar em pânico. Não baixem muito o preço, porque a recuperação, depois, é difícil. A crise vai passar. Tenham a capacidade de se adaptar para atender as necessidades de seus clientes e alcancem clientes novos com o preço correto”, salientou.

Palestras técnicas

O evento contou com uma série de palestras técnicas, que abordaram temas essenciais para quem quer se aprimorar ou estrear na atividade. Sistemas construtivos, ferramentas de gestão e controle de acesso, segurança, aspectos jurídicos e de regulamentação, marketing e estratégias de preço na recessão foram os assuntos explorados.

O evento foi encerrado com uma sessão de duas horas, onde dez mesas temáticas encabeçadas por especialistas ficaram abertas para que grupos de dez pessoas por vez, durante 15 minutos, pudessem tirar dúvidas ou se aprofundarem determinados temas.