A comentarista de economia da rádio Jovem Pan e da TV Gazeta Denise Campos de Toledo foi a convidada da reunião conjunta realizada pelas vice-presidências de Intermediação Imobiliária e Marketing e de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP. De acordo com a jornalista, com as mudanças recém-promovidas por Michel Temer, presidente em exercício da República, vão ao encontro do que o Brasil precisa para se ter visão de futuro. 

“Agora podemos falar em perspectivas para a economia”, ressaltou. Por muito tempo, lembrou ela, falou-se de crise, números cada vez piores e sem poder prever uma mudança de cenário. Com as alterações promovidas por Temer, os horizontes poderão ser traçados de forma mais clara. “Essa nova equipe econômica é muito alinhada ao que a gente espera que aconteça com a economia brasileira”, sustentou. 

Recentemente, Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, anunciou o economista Ilan Goldfajn como presidente do Banco Central e Mansueto Facundo de Almeida como secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Também foram confirmados Carlos Hamilton Vasconcelos para a Secretaria de Política Econômica e Otavio Ladeira para a Secretaria do Tesouro Nacional. 

O aumento de impostos, passando pela tributação dos combustíveis e pela recriação da CPMF, de acordo com a jornalista, não está descartado, dada a necessidade do reforço orçamentário. “Mansueto acha necessário esse reforço, mas temporário e com alíquotas que diminuem ao longo do tempo e com prazo para acabar. A gente vai ter de encarar mesmo o aumento de carga tributária, porque o rombo deixado é muito grande”, disse. 

“Se eles quiserem voltar com a CPMF, vão ter antes de mostrar muito serviço no corte de gastos e de reprogramação de despesas, para que a sociedade acabe aceitando essa eventualidade”, disse. 

Sobre os indicadores da economia, Denise ressaltou a necessidade de se combater o desemprego (previsão que chegue a 12% ou 14%), que é mais relevante no impacto social. Em função da recessão (previsão de 3,88% a 4% de queda do PIB), a inflação está com viés de queda (abaixo de 7%, segundo a Fundação Getúlio Vargas), com impacto na redução dos juros.  

Denise pontuou a urgente necessidade de se fazer um pente fino nas contas públicas. “Foi uma sinalização muito boa do governo falar sobre a reforma da Previdência logo no início. Porque se pensou que ele poderia ter apenas a ideia de um governo de transição e que não se assumisse pra valer, sem implementar as mudanças mais amplas na gestão da economia”. 

Embora não tenha ousado falar taxativamente sobre quando a situação vai se amainar, Denise prognosticou que Temer, sabendo conduzir adequadamente as pacificações políticas e sociais imprescindíveis à implementação do ajuste econômico, trará o mínimo de alento necessário para que investidores e empresários se reanimem. “Vai melhorar, sim. Precisamente quando a gente ainda não sabe dizer, mas as sinalizações já foram dadas”, afirmou.