O Poder Judiciário começou a considerar a Lei do Corretor Associado, reconhecendo o vínculo do associativismo entre corretores e imobiliárias em vez do empregatício. De acordo com Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação e Marketing do Secovi-SP, esse entendimento é positivo, pois demonstra que os juízes já estão conhecendo melhor o novo diploma legal, que entrou em vigor no início do ano passado. “Essa lei trouxe mais transparência na relação entre as imobiliárias e seus corretores associados”, considerou o vice-presidente.

O assunto foi tratado na última reunião da Rede Imobiliária Secovi, em 29/11.

Justamente em virtude disso, é imperioso que as imobiliárias, cada vez mais, adotem o contrato de associação. “Isso dá corpo à nossa categoria e, lá na frente, caso haja ações contra as empresas no Judiciário, os juízes começarão, ainda mais, a identificar esse instrumento como instrumento comum nas contratações”, afirmou Prando.

Como o contrato de associação entre a imobiliária e o corretor precisa ser homologado no sindicato laboral, um óbice que muitos vêm encontrando é o fato de essas entidades vincularem a quitação de eventuais débitos de contribuições sindicais à homologação do contrato. Muitos corretores, não tendo como resolver essa pendência, acabam enfrentando dificuldades para a conclusão do registro. O Secovi-SP deverá dialogar com o sindicato dos corretores para encontrar uma saída razoável para esse impasse.

Nelson Parisi Júnior, presidente da Rede Imobiliária Secovi, chamou a atenção para a indispensável união das empresas em assuntos que alcançam o interesse de todos. “Na minha empresa, por exemplo, só tenho corretores associados, com o contrato de associação assinado de acordo com a nova lei. Não tenho, também, nenhum profissional sem Creci, pois essas foram premissas que combinamos na Rede para nossas imobiliárias”, afirmou. “É importante que façamos no plano individual o que combinamos no coletivo. O que tratamos aqui é com vistas à ética e à profissionalização do mercado. Como já diz um provérbio chinês: se cada um varrer a sua calçada, teremos um país limpo.”

Parisi também pediu mobilização das empresas no combate àqueles que atuam indevidamente no segmento, fazendo referência a zeladores que fazem intermediação em diversos condomínios e a ‘imobiliárias fantasmas’. “Se vocês souberem dessas irregularidades, denunciem. Sempre que vejo qualquer um que prejudique nosso mercado tomo providências. Há prédios em que corretor não consegue entrar para trabalhar porque o porteiro ou o zelador põem obstáculos. Há imobiliárias que, apesar de toda a aparência de empresa, não têm Creci pessoa jurídica, apenas o de pessoa física. Isso tem de acabar, mas só vai acabar se deixarmos de ficar calados”, enfatizou.

Números de mercado – Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, frisou a importância do setor de imóveis de terceiros. “Deveremos fechar 2016 com cerca de 150 mil a 160 mil imóveis transacionados na cidade de São Paulo, dos quais 20 mil são unidades novas. Todo o resto é de imóveis usados. Isso demonstra o tamanho desse segmento”, estimou.

Segundo o economista, o produto que predomina na cidade em lançamentos são apartamentos de 2 dormitórios, com tíquete médio de até R$ 500 mil e metragem inferior a 60 metros quadrados. Na comercialização de unidades novas, lideram também produtos de 2 dormitórios, valor de até R$ 500 mil e unidade de até 65 metros quadrados. Tanto em lançamentos como em vendas, a zona leste da cidade é a que tem os melhores números.

Qualificação profissional – Luiz Fernando Gambi, membro da diretoria da vice-presidência de Intermediação Imobiliária e Marketing, chamou a atenção para a grande aderência do sistema de ensino a distância da Rede. “Temos mais de quatro mil corretores inscritos na plataforma. Tudo isso, em apenas seis de meses, período em que os cursos on-line estão no ar”, disse o dirigente. Até o momento, são seis cursos disponíveis – atendimento ao cliente, avaliação imobiliária, fotografia, fechamento de negócios, técnica de vendas e captação de imóveis.

Todas as iniciativas da plataforma contam pontos para a obtenção da designação Cersim (Corretor Especialista Rede Imobiliária Secovi). “As empresas que incentivam seus corretores a fazer os cursos têm um diferencial de mercado importante, que é a qualificação profissional”, disse Gambi. 

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