Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP

Na manhã desta quinta-feira, 14/12, Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), apresentou os resultados do mês de outubro de lançamentos e vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo, em transmissão on-line feita diretamente da sede da entidade.

Conforme apurado pela pesquisa, foram comercializadas 1.981 unidades residenciais novas na Capital, representando um crescimento de 8,9% em relação às 1.819 unidades vendidas em setembro. Comparado ao volume de 1.507 unidades comercializadas em outubro de 2016, a alta foi de 31,5%.

No acumulado de janeiro a outubro, foram comercializadas 14.791 unidades, um aumento de 20,0% em comparação ao mesmo período de 2016, quando as vendas totalizaram 12.324 unidades.

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas 2.257 unidades residenciais em outubro, volume 0,2% superior ao resultado de setembro (2.252 unidades) e 20,8% abaixo dos lançamentos de outubro de 2016 (2.849 unidades). Em dez meses, foram lançadas 13.724 unidades residenciais na capital paulista, 3,5% acima do registrado em igual período de 2016 (13.265 unidades).

“Observamos uma melhora significativa nos lançamentos e essa tendência de crescimento aconteceu em razão de maior confiança dos empresários, que passaram a lançar produtos com boa aderência dos compradores”, disse Petrucci.

Em outubro, predominaram os lançamentos de empreendimentos de 1 e de 2 dormitórios, produtos que atendem tanto o público de renda média como aquele que busca imóveis econômicos.

Para este ano, está mantida a projeção de crescimento de 5% a 10% nos lançamentos, mas foi revista a expectativa de aumento das vendas para algo em torno de 20% a 25%. “Em dez meses, apenas três apresentaram números negativos na comparação com o mesmo período de 2016.”

Petrucci considera a queda no volume dos distratos como um dos fenômenos responsáveis pelo aumento das vendas líquidas. “Tivemos um pico de 24% nos rompimentos de contratos unilaterais no mês de agosto do ano passado. Em outubro deste ano, essa taxa caiu a 12,6%. Isso mostra uma tendência de redução no número de distratos. Mas a falta de um marco regulatório para esse gargalo não nos deixa menos preocupados. Essa medida será necessária para 2018, ano de um novo ciclo de mercado”, analisou o economista-chefe do Secovi-SP.

Funding – Petrucci lembrou que os recursos da caderneta de poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foram suficientes para suportar o crescimento do crédito imobiliário até 2017, ano em que a participação em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) está na casa dos 10%. “Mas, olhando para o futuro e as projeções de um PIB de 15%, teremos a necessidade de novas fontes de recursos para financiamento. Nossa expectativa é que a LIG (Letra Imobiliária Garantida), o covered bond brasileiro, possa suprir essa lacuna. Esperamos que até março do ano que vem, a LIG esteja em operação, e as taxas sejam condizentes com a capacidade de crédito da população, de 8% ou 8,5%.”

Para o ano que vem, Petrucci aposta em um cenário diferente para o setor imobiliário. “Nunca tivemos uma Selic tão baixa, e isso é muito positivo.”

Consulte a Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário e assista ao vídeo com as análises e considerações de Celso Petrucci.