Petrucci, Kallas, Luna, Setin e Gamba, em painel de panorama de mer-
cado, na Convenção Secovi 2018

Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, apresentou nesta manhã o Panorama do Mercado Imobiliário durante a Convenção Secovi 2018. “Estamos discutindo uma série de temas no nosso setor; e, em muitos deles, graças à atuação do Secovi, conseguimos avanços significativos”, disse, citando como exemplo a manutenção, pelo Superior Tribunal de Justiça, da cobrança apartada de comissão de corretagem em imóveis do Minha Casa, Minha Vida e a Resolução nº 4.676 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que ampliou o uso dos recursos da caderneta de poupança para os financiamentos de imóveis residenciais.

A Instrução Normativa nº 1 do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que impõe uma série de obrigações a empreendimentos de loteamentos; a regulamentação do artigo 58 da Lei Brasileira de Inclusão (LBI); o pleito incessante pelo respeito aos contratos na questão dos distratos; e a calibragem na Lei de Zoneamento foram outros pontos ressaltados por Petrucci.

Cenário econômico e mercadológico – O economista destacou que a previsão de lançamentos de unidades residenciais novas, este ano, deve ficar no patamar de 28 mil unidades – uma queda entre 8% e 10% em relação ao ano passado. “Já nas vendas, deveremos ter um crescimento de 10% a 17%”, emendou.

Petrucci assinalou que os imóveis econômicos deverão perfazer boa parte do desempenho do mercado paulistano. Isso, inclusive, ajuda a entender a razão de o metro quadrado de área útil na cidade não avançar: desde 2013 é praticamente o mesmo, de acordo com o economista.

Projetando o setor para um prazo maior, Petrucci demonstrou otimismo. “Temos mercado até 2025 para trabalhar, se considerarmos os fundamentos da demanda por imóveis no Brasil”, afirmou, listando os divórcios, casamentos, nascimentos e déficit de moradias como razões.

Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação do Secovi-SP, lembrou as dificuldades de segurança jurídica encaradas pelo setor em episódios recentes. O questionamento do direito de protocolo na Justiça e a redução do potencial construtivo na capital paulista pelo novo PDE foram exemplos citados. “Isso é ruim para o consumidor, porque é ele quem, no final, acaba pagando a conta”, sustentou, em relação ao encarecimento da outorga onerosa. 

Para Sandro Gamba, diretor-presidente da Gafisa, o foco do novo Plano Diretor nos eixos de transporte deve reduzir as margens das incorporadoras que optarem por trabalhar nessas regiões. Embora empreender nos miolos de bairros tenha ficado mais caro, para Gamba, quem conseguir viabilizar negócios nessas áreas poderá “explorar um oceano de oportunidades”.

Antônio Setin, diretor-presidente da Setin Incorporadora, disse perceber que as pessoas, no geral, não têm noção do preço do imóvel. “Existe uma sensação de que o produto sempre pode custar menos. Por isso mesmo, nas negociações, tem gente que chega a propor pagar a metade do que vale”, afirmou. O empresário também disse que a retomada do mercado está em um ritmo mais lento que o esperado.

Rodrigo Luna, vice-presidente de Habitação Econômica da entidade, alertou para a importância de preservar os recursos do FGTS para a produção de moradias. Elencou a liberação das contas inativas (impacto de R$ 44 bilhões) e o recente anúncio de socorro às Santas Casas (R$ 4 bilhões) com dinheiro do Fundo como ameaças às funções precípuas do FGTS – financiamento de habitação, saneamento básico e infraestrutura.

A Convenção Secovi tem o patrocínio da Atlas Schindler, Intelbras, Porto Seguro, Apemip, OLX e SegImob. 

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