Palestrantes do Talks falaram sobre hábitos da nova geração,
tendências de comportamento e da tecnologia e suas repercus-
sões no mundo dos négócios

Redes colaborativas e sistêmicas, storytelling, vida comunitária, cohousing sênior, instagramabilidade, poder das conexões, vida sustentável, inteligência humana na era da inteligência artificial, minimalismo, netnografia, neurociência aplicada ao consumo e novas tecnologias foram os temas da primeira edição do Secovi Talks.

“Nossa proposta foi oferecer subsídios e conhecimentos de fronteira, vivenciados por pessoas que já têm isso como realidade”, diz Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing.

Max Nolan Shen, especialista em redes colaborativas, ressaltou que a confiança é essencial nesses ambientes. “Para isso, precisamos criar senso de pertencimento e de não-exclusão; obedecer a uma ordem, pois todas as coisas têm sequência; e buscar equilíbrio entre o receber e o dar – o que envolve muitas coisas, como atenção, afeto, tempo, entre outros”, disse.

Evento com proposta completamente diferente do que o Seco-
vi-Sp fez até hoje reuniu mais de 250 pessoas na sede da enti-
dade

Arquiteto premiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) por iniciativas com trabalho em comunidade, Rodrigo Rubido acredita que o que faz as pessoas serem felizes é menos o espaço físico em que vivem do que suas relações humanas. “Precisamos construir espaços que privilegiem esse aspecto”, afirmou. Adicionou que o modelo de desenvolvimento da sociedade tem resultado em pessoas com depressão. “Nas favelas por que passei, vi muita gente pobre, mas feliz”, contou, em referência à percepção de que classe social e felicidade são fatores com ligação objetiva entre si.

A arte de contar história foi pauta da apresentação de Bruno Scartozzoni, que mostrou como essa técnica pode ser grande aliada na realização de novos negócios. “As pessoas têm mais chances de se lembrar de coisas ancoradas em histórias”, frisou. Recorreu a um exemplo prático: um corretor perguntar a seu cliente “o que você se vê fazendo nesses 100 metros quadrados?”. A resposta virá em formato de história estruturada pelo próprio cliente.

Lilian Luboshinsky, arquiteta com pesquisa voltada à moradia para público sênior, apresentou uma solução para a segunda metade da vida: o cohousing. Trata-se de moradia em que cada pessoa tem sua própria residência, porém, inserida em um tipo de ecovila urbana. “É uma saída para equacionar a solidão sem perder a singularidade de cada pessoa, preservando a privacidade.”

Grupo de refugiados “Os Escolhidos” foi a atração musical do Talks.

A arquiteta Rafaela Dalmaso enumerou uma série de ações realizadas com Instagram em diversos países. “Não é para comprar um produto que as pessoas fazem filas para uma inauguração de loja da Apple. Mas, sim, para registrar esse momento”, apontou. Já há estabelecimentos comerciais, de acordo com a palestrante, que aceitam número de seguidores no Instagram como forma de pagamento.

“Você precisa saber conversar com qualquer pessoa sobre qualquer assunto antes de fazer qualquer negócio”. Com essa máxima, Gabriel Ponzi expôs sua visão sobre networking. Para ele, geralmente, as pessoas querem se relacionar com os demais esperando algo em troca. Essa equação, na visão do palestrante, tem de ser revista. “Você precisa agregar valor à pessoa antes de esperar qualquer coisa dela”, disse. 

Vida sustentável embalou a apresentação de Vivan Amarante. “Se a gente tem certeza de que vai morrer, o que vamos fazer enquanto estamos vivos?”, questionou, provocando a plateia. Para uma vida sustentável, Amarante acredita em um processo de autopercepção, que leve ao autoconhecimento e elevação da autoestima, abrangendo sentidos físico, mental e espiritual. Acredita que isso ajuda na construção de conexões salutares com o próximo, com desencadeamentos positivos na saúde das pessoas.

Palestrantes recorreram a diferentes formatos
de apresentação de conteúdo

Lerrine Mewes, comunicóloga especialista em construção de voz de marcas na internet, falou de técnicas para conhecer o consumidor no meio on-line e, a partir disso, construir um discurso assertivo. “A boa notícia é que o segredo não está em errar, desde que se erre rapidamente”, assinalou. Para ela, a correção de rota é positiva, mas não pode ser tardia.

Ainda no sentido de interpretar o consumidor, Leandro Mattos, professor de neurociência aplicada ao consumo, trouxe aos participantes uma experiência em tempo real de interpretação do comportamento cerebral. Com um equipamento de eletroencefalograma, Mattos explicou como as pessoas, em determinadas situações, pensam uma coisa mas, por diversos fatores, acabam dizendo outra.

Viver mais com menos tem sido estilo de vida de escolhido por inúmeras pessoas da nova geração. André Buiat, ex-executivo de marketing de multinacionais que abandonou a carreira para vidar de forma nômade, falou sobre esse hábito. “Simplesmente ouvi a voz do meu coração. Acabei indo morar dentro de um carro na Austrália por seis meses”, contou. Buiat explicou como essa filosofia de vida impacta o consumo e a qualidade de vida das pessoas.

Thassius Veloso, jornalista multimídia, elencou quais são as tecnologias que estão mudando o mundo (inteligência artificial, big data, realidade virtual, block chain etc.); e Guido Padovano, investidor, explicou os fatores que fazem diferença na inteligência humana ante a inteligência artificial.

A iniciativa teve o patrocínio da Caixa Econômica Federal, OLX/Storia Imóveis,  Porto Seguro e Regus. 

A próxima edição do Secovi Talks está prevista para ocorrer em junho de 2019.