O mercado de locação residencial passa por um momento de escassez de oferta de imóveis para atender a demanda existente. Nesse contexto, os preços de aluguéis médios negociados sofreram variações da ordem de 12% no período de 12 meses, contra inflação oficial (IPCA) de 6,25%, conforme já divulgado pela Pesquisa Mensal de Locação Secovi-SP. A falta de produto pode ser um dos fatores que influenciaram na alta dos valores, e, provavelmente, contribuiu para a tendência de redução das ações locatícias de despejo. Em setembro, a cidade de São Paulo registrou 1.793 ações locatícias, de acordo com a pesquisa do Secovi-SP junto ao Tribunal de Justiça.

O volume de ações no nono mês do ano equivale ao aumento de 1,9% sobre o número de casos do mês anterior. Com esses resultados, o total de ações acumuladas no ano passa a ser de 16.195, contra 17.473 verificadas nos primeiros nove meses de 2007 (redução de 7,3% na comparação entre os dois períodos). No mês passado, a falta de pagamento continuou na liderança, com participação de 84,3% do total de ações. A fatia das ordinárias sofreu redução para 10,5%; as renovatórias ficaram com uma fatia de apenas 3,9%. As consignatórias tiveram participação de 1,2%.

No acumulado de 2008, a inadimplência representa 86,6% do total de ações. Ressalta-se que o volume de ações por falta de pagamento continua em processo de redução gradativa, com queda de 15.702 ações percebida no período de janeiro a setembro de 2007 para 14.027 casos registrados durante este ano, ou seja, baixa de 10,7%. A menos que ocorra algo que afete profundamente a situação econômica no País, os dados sobre ações locatícias indicam que a capital paulista acumulará algo em torno de 21,6 mil ações locatícias até o fim do ano. Esse comportamento reflete o bom funcionamento da Lei do Inquilinato e, provavelmente, a preocupação do locatário com a possibilidade de não conseguir uma nova moradia em eventual necessidade de desocupação.

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