Os bairros periféricos de Rio Preto são os que mais concentram a população. Enquanto isso, bairros consolidados e populosos, tanto na área central quanto na zona norte, sofrem um processo de esvaziamento de moradores, pressionados pela atividade imobiliária e pela invasão do comércio. Os dados, inéditos, foram levantados a partir dos Censos do IBGE de 2000 e 2010. Dos 50 grandes bairros da cidade, 24 encolheram.

O levantamento foi feito por bairros maiores, que englobam outros de menor porte – no Censo, o IBGE baseia-se em setores censitários, não em bairros. No topo dos bairros que mais cresceram na cidade estão o Residencial Palestra (608%), seguido pelo condomínio de luxo Damha (427,9%) e o Jardim Nunes (350%). Esse último é o segundo que mais ganhou moradores em números absolutos: foram 4.981 na última década. Nesse quesito, a liderança ficou com o Jardim Gabriela e o Nato Vetorasso, com 8.132 habitantes a mais.

Já com relação às localidades que mais perderam morados estão aqueles mais antigos e centrais, como o Parque Industrial (-22,7%), Bom Jesus (-18,6%) e Santa Cruz (-16,9%), além de localidades na zona leste: Residencial do Lago (-25,6%) e Jardim Soraia (-14,6%).

Há ainda crescimento significativo de bairros elitizados mas fora de condomínios na zona sul, caso do Alto Rio Preto, Tarraf 2 e Nova Redentora. Enquanto isso, a população mais idosa é cada vez mais preponderante na área central. Enquanto no Centro e no Santa Cruz um terço dos moradores tem mais de 60 anos, em bairros criados a partir de 2001, como o Parque da Cidadania, mais da metade dos habitantes tem até 24 anos.

Para Alessandro Nadruz, diretor da Regional do Secovi em São José do Rio Preto, o fato ocorre porque os bairros às franjas da cidade oferecem mais conforto e qualidade de vida para os moradores. “Estes bairros têm várias opções e formatos de moradias, arborização, ruas mais planejadas, segurança, e vários outros itens que as regiões mais antigas ou centrais não oferecem. Por isso estamos vivendo essa migração”, explica.