O Brasil ocupa o primeiro lugar na América Latina no ranking de construções sustentáveis, enquanto em nível mundial o País aparece em quarto lugar, perdendo apenas para Estados Unidos, China e Emirados Árabes, segundo um estudo divulgado em São Paulo.

O ranking da certificação Leed (Leadership in Energy & Environmental Design) foi realizado pela ONG GBC Brasil (Green Building Council Brasil).

De acordo com o conselho, a preocupação com a sustentabilidade na construção civil vem crescendo no país, principalmente com relação às obras para a Copa de 2014. Atualmente, todos os estádios da competição estão em processo de certificação pelo selo Leed.

Uma construção sustentável é caracterizada pelo uso racional dos recursos, com aproveitamento da água da chuva e tratamento do que for utilizado na obra. Além disso, também estão entre os itens que conferem o selo a reciclagem de produtos, reutilização de materiais e a destinação correta de resíduos.

Após a construção, os empreendimentos ainda podem ser considerados sustentáveis com a utilização de luminárias e sistemas de ar condicionado com maior eficiência, entre outros. De acordo com o diretor técnico e educacional do GBC Brasil, Marcos Casado, 720 empreendimentos estão em processo de certificação no país e outros 100 já receberam a identificação.

Para ele, as empresas vêm buscando esse reconhecimento tanto em função da preocupação com o ambiente como também pela redução de custos. Segundo ele, inicialmente a despesa com a obra pode ser de 0,5% a 7% maior do que o normal.

Porém, a longo prazo, reduz-se de 8% a 9% o custo operacional médio; em 30% o consumo de energia; de 30% a 50% o consumo de água; e de 70% a 80% os resíduos que vão para aterros sanitários.

Cerca de 21% de toda a água tratada do país é utilizada hoje na construção civil, e a aplicação de medidas de sustentabilidade pode reduzir em até 50% esse consumo nos empreendimentos.

O GBC acompanha todo o projeto do empreendimento, desde a escolha do terreno à construção e operação, avaliando o desempenho em todos os períodos. Depois, o local também pode obter a certificação para operação e manutenção.

Apesar da boa colocação, os números de empreendimentos certificados representam menos de 2% do mercado de construção civil do país. Nos Estados Unidos, este percentual é de 10% a 15%.

A estimativa da ONG, no entanto, é de que até o final do ano o Brasil chegue ao terceiro lugar no ranking mundial de construções sustentáveis. Residências também estão buscando certificação, e já existem nove projetos em andamento no país.

Em grandes construções, a maioria dos empreendimentos certificados está em São Paulo, mas também há grande representatividade em Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal, Ceará e Rio Grande do Sul. Em relação à madeira certificada, o Brasil é o 5º colocado no mundo e o líder na América Latina em área total certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council).

O selo FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido que atesta a procedência da madeira certificada que acrescenta valor às edificações. De acordo com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), haverá um aumento de 67% no consumo da madeira amazônica certificada FSC nos próximos três anos no país.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, realizada em 2012, apontou que a emissão de relatórios de sustentabilidade já é feita por 62% das companhias nacionais. Outra pesquisa de 2012, feita pela National Geographic Society em 17 países, indica que o consumidor brasileiro é o terceiro mais consciente, perdendo apenas para os indianos e chineses.

Fonte: Portal R7, 10/06/2013