O Brasil precisa investir R$ 18,5 bilhões até 2025 em infraestrutura de saneamento para que as perdas de água caiam em 50%, situação que colocaria o país no mesmo nível verificado em nações mais desenvolvidas.

O cálculo foi feito pela consultoria GO Associados, a pedido da International Finance Corporation (IFC), instituição de financiamento do Banco Mundial voltada ao setor privado.

Hoje, a ineficiência operacional das concessionárias de saneamento resulta em uma perda média de água de 40%, chegando em alguns casos a 80%. Em concessionárias com melhor desempenho, como a Sabesp, de São Paulo, esse índice cai para menos de 30%. Segundo o estudo, seria necessário um investimento anual de R$ 1,088 bilhão para que as perdas do país cheguem à média de 20%. Trata-se de um valor elevado para o setor, dada a falta de recursos da maioria dessas empresas, quase a totalidade controlada pelo Estado.

Os problemas mais comuns na distribuição de água estão relacionados a fraudes (gatos na tubulação), furos na rede e deficiências operacionais. O relatório da IFC aponta que a redução para cerca de 20% de perdas colocaria o Brasil no patamar de países como Austrália, onde a média chega a 16%, Espanha (22%) e Reino Unido (17%). No Japão, esse percentual de perda é de apenas 11%. As alternativas para melhorar gestão das concessionárias do país foram debatidas em seminário na Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro dias 10, 11 e 12 de julho.

Fonte: Jornal Valor, 10/7/2013