Redução dos juros e aumento do teto de finanaciamento de
imóveis usados potencializa recuperação do mercado imobi-
liário

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira, 16/4, a redução dos juros do  financiamento para a casa própria para operações realizadas pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).

Esse foi o primeiro corte desde o mês de novembro de 2016. Com a alteração, a taxa mínima cai de 10,25% para 9% ao ano no caso de imóveis enquadrados no SFH (sistema Financeiro de Habitação) e de 11,25% para 10% ao ano para aqueles dentro do SFI (Sistema Financeiro Imobiliário).

A título de exemplo, em simulação para aquisição de imóvel novo de R$ 250 mil, com 80% financiado, a queda da taxa de juros de 10,25% para 9% representa, em 20 anos, uma diferença de R$ 25,1 mil de juros no bolso do comprador. Adiciona-se, ainda, o fato de que a diferença entre a prestação inicial e a renda exigida do tomador do financiamento cai mais de 8%.

“Tendo em vista que o mercado imobiliário, em muitas cidades como São Paulo, já iniciou seu processo de retomada, essa medida potencializa o círculo virtuoso da recuperação do setor”, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Imóveis usados – Além disso, o banco comunicou que elevou de 50% para 70% o teto de financiamento de imóveis usados, retornando ao antigo patamar que vigorou até setembro de 2017. Na avaliação de Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, o impacto dessa medida no setor poderá ser sentido em cadeia.

“Quando o teto para financiamento do imóvel usado aumenta, automaticamente, mais pessoas são incluídas no mercado imobiliário, pois a quantia de dinheiro que o adquirente precisará para dar a entrada será menor”, afirma.

“Há, também, o fato de que muitas pessoas precisam vender seu imóvel usado para adquirir um novo. Com essa venda facilitada pelas novas condições de financiamento, o setor de imóveis novos também é impactado.”

O dirigente da entidade lembra que, além de baixar o valor da prestação e exigir menor comprovação de renda, espera-se que os demais bancos sigam a Caixa e também reduzam suas taxas de juros, aumentando a competitividade do setor. 

Para os imóveis do mercado primário, o teto de financiamento permanece em 80%.

Ainda segundo a Caixa, os recursos disponíveis para o crédito habitacional neste ano são de R$ 82,1 bilhões.