Campinas é o município que possui o metro quadrado mais carro doInterior paulista, cotado a R$ 2,5 mil na Avenida José de Souza Campos,a Norte-Sul. Nas seis cidades onde atuam regionais do Sindicato dasEmpresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciaise Residenciais de São Paulo (Secovi) ? Campinas, Vale do Paraíba, Bauru,Sorocaba, Jundiaí e São João do Rio Preto, Campinas aparece com o valormais alto. A média de preço é de R$ 400,00. O terreno mais barato custaR$ 100,00 o metro quadrado nas cidades de Bauru e São José do Rio Preto.

O preço médio dos terrenos em São Paulo foi possíveltraçar por uma comparação com base no preço médio de áreas nobres nasprincipais cidades do Estado onde atuam as delegacias regionais doSecovi-SP. As informações dão conta de valores médios, sem considerarvariáveis como zoneamento e indicação para obra comercial ouresidencial.

O levantamento foi feito no final desetembro pelos delegados regionais do Secovi a pedido da reportagem daAgência Anhangüera de Notícias (AAN). A delegacia regional em Bauruabrange 22 cidades; Campinas centraliza o mercado de 50 municípios, SãoJosé do Rio Preto é a delegacia regional para 164 cidades; Sorocabaabrange 37 municípios; a delegacia regional no Vale do Paraíba atende 36cidades e Jundiaí fica com 9 municípios.

Norte-Sul

A Norte-Sul é indicada por FlávioBauer, membro da delegacia regional do Secovi em Campinas e diretor daLopes Bauer, como a área que possui o metro quadrado mais valorizado dasede da Região Metropolitana de Campinas (RMC). No trecho considerado omais nobre da Norte-Sul, localizado entre as ruas Gustavo Ambrust e aCoronel Silva Telles, o metro quadrado é cotado em R$ 2,5 mil. ?Aavenida se tornou o principal eixo comercial da cidade e oferece ótimavocação para empreendimentos comerciais de alto padrão, que atingem umpreço de venda que viabiliza a aquisição da área pelo preço que omercado pede?, diz Bauer, que complementa ?Campinas é a maior e maisimportante cidade da região e é natural que os preços aqui sejam umpouco maiores?, observa. Outros especialistas do mercado como JubranJosé Kfouri Filho, da Cappucci Associados e Rosana Chiminazzo, daChiminazzo Imóveis concordam que o Cambuí e o início da Nova Campinaspossuem o solo mais valorizado da cidade.

Conforme alocalização do empreendimento e obviamente o padrão da construção, ometro quadrado construído parte de R$ 2 mil e pode chegar até R$ 4 milou R$ 5 mil em unidades de altíssimo padrão. Bauer também relata que sea construção for destinada para atividade comercial os preços são aindamaiores, oscilando entre R$ 3,5 mil a R$ 5,5 mil para cada metroquadrado de área útil edificada.

As obras construídasno padrão econômico situadas na região Oeste da cidade atingem valoresmais modestos no mercado imobiliário campineiro. Deste lado domunicípio, o preço do metro quadrado construído está disponível paravenda a partir de R$ 1,8 mil a R$ 2,2 mil. É a metade do valor dosimóveis localizados em áreas nobres como o Cambuí e a região do GalleriaShopping que têm o preço médio de R$ 4 mil o metro quadrado. Alocalização de um empreendimento, explica o diretor da Lopes Bauer, é omaior responsável pela sua valorização. ?As pessoas gostam de morar embairros que oferecem uma boa infra-estrutura de comércio e status. Osshoppings também se constituem em excelente âncoras imobiliárias e emgeral ajudam a valorizar os empreendimentos ao seu redor?, disse odiretor da Lopes Bauer.

Interior

Em 2008, a abertura de capital já propiciou a expansão imobiliáriaem praticamente uma centena de cidades (com perfil de 100 milhabitantes) em todo o País. Santos, Campinas e São José dos Campos, porexemplo, já formam uma das maiores ?manchas? urbanas do mundo, analisaCelso Petrucci, diretor-executivo do Secovi-SP.

O setorimobiliário do Interior paulista representa algo em torno de 40% domercado nacional, calcula Elbio Fernandez Mera, vice-presidente deComercialização e Marketing do Secovi-SP, percentual que abrangeinvestimentos e comercialização de imóveis de toda a ordem.

Em Bauru, a existência de shoppings na região Sul da cidade,principal entrada do município, é apontada pelo delegado regional doSecovi, Riad Elia Said, como o local mais valorizado do mercadoimobiliário. Na Vila Universitária, situada no eixo de crescimentoeconômico da cidade, o metro quadrado construído varia de R$ 2 mil a R$2,3 mil. Para esse padrão de empreendimento, a fração ideal do terrenocorresponde a 15% do valor da unidade e o metro quadrado chega a R$375,00 para incorporação imobiliária.

Para o segmentoeconômico, quem viajar 269 quilômetros pelo Interior do Estado iráencontrar no mercado imobiliário de Bauru preços bastantes compatíveiscom os valores praticados nos lançamentos econômicos de Campinas. EmBauru, na região do Jardim Santos Dumont, o metro quadrado edificadovaria de R$ 1,3 mil a R$ 1,5 mil chegando bem perto da faixa cobrada emalguns lançamentos na região Oeste de Campinas, onde empreendimentoschegam ao mercado por R$ 1,8 mil a R$ 2,2 mil o metro quadrado. Deacordo com Said, a região do Jardim Santos Dumont e Progresso oferece omenor preço de terreno em Bauru a R$ 100,00 o metro quadrado, valor oitovezes menor em relação à entrada da cidade, já que na Vila Universitáriae no Jardim Americano o metro quadrado do terreno sai a R$ 800,00. Deacordo com o delegado regional do Secovi em Bauru, o preço médio doterreno na cidade é de R$ 500,00 e o metro quadrado construído sai porR$ 2 mil. ?Na microrregião cerca de 30 municípios dependem da vidaeconômica de Bauru?, diz Said.

São José dosCampos

Não tão distante de Campinas, há 164quilômetros em São José dos Campos, Ronaldo Queiroga, delegado regionaldo Secovi no Vale do Paraíba, informou que entre os municípioscircunvizinhos São José dos Campos tem o mais elevado preço do metroquadrado apontado pela delegacia regional do Secovi.

Deresidenciais ecológicos, passando por condomínios fechados, ou prédioscom estruturas completas de lazer e serviços, os empreendimentosimobiliários em São José dos Campos movimentaram cerca de R$ 1,7 bilhãono final do primeiro semestre de 2008. Na Vila Adriana e no JardimAquarius, paga-se R$ 1 mil por metro quadrado e a valorização dessasáreas decorre da chegada de investidores de São Paulo, empresas decapital aberto que passaram a adquirir áreas na cidade para a formaçãode um banco de terrenos. “Em relação ao mesmo período do ano passado, aprocura por áreas aumentou 50%” , informa o delegado regional do Secovino Vale do Paraíba. Queiroga lista as cidades de São José dos Campos,Taubaté, Jacareí e Pindamonhangaba como os mercados imobiliários com omaior o crescimento vertical na região.

Sorocaba

Em Sorocaba, de acordo com levantamento da Regional doSecovi, a Zona Sul da cidade possui a avenida com o metro quadrado maiscaro, com preço em torno de R$ 1 mil, valorização alcançada devido àescassez de ofertas, volume de carros e pessoas e a presença de grandese importantes empreendimentos na região. Na linha popular, os terrenossão comercializados entre R$ 150,00 a R$ 200,00 o metro quadrado.

A delegada regional do Secovi em Jundiaí, Célia Benassi, informouque o metro quadrado com preço mais popular está localizado em bairroscomo Medeiros e Tulipa, região com infra-estrutura completa, ecomercializados na faixa de R$ 200,00 a R$ 300,00. No Centro de Jundiaío preço sobe para R$ 800,00 a R$ 1 mil. O sistema viário estratégico, oalto índice de saneamento que chega a 99% da cidade e a baixacriminalidade são elementos que tem atraído investidores de São Paulopara o mercado imobiliário de Jundiaí, que por enquanto, mantém R$ 3 milo preço do metro quadrado construído do imóvel novo em regiões nobres eR$ 1,5 mil o metro quadrado para lançamentos econômicos.

Em SãoJosé do Rio Preto, o valor médio de um terreno residencial é R$ 160,00 ometro quadrado, calcula Joaquim Ribeiro, delegado regional do Secovi. Seo lote estiver localizado dentro de um condomínio o metro quadradotriplica para 500,00 mas pode chegar a R$ 850,00 no Jardim Flamboyant.De forma geral, o preço médio do terreno em São José do Rio Preto é R$350,00 o metro quadrado. No Centro o valor médio é R$ 1,4 mil e R$ 1,750mil no calçadão. A região mais popular fica no lado Norte, onde épossível encontra terrenos a R$ 100,00 o metro quadrado.

Naregião Sul da cidade, existe demanda de mercado para imóveis de altopadrão com imóveis contados a R$ 1,1 mil o metro quadrado subindo paraR$ 3,5 mil se estiver em condomínios. O preço médio dos imóveisconstruídos em bairros de Rio Preto é R$ 750,00 o metro quadrado e R$2,3 mil em condomínios.

Na região, Itu tem áreas com um dosmenores preços

Itu, distante 55 quilômetros de Campinas, estáentre os municípios com os menores preços do metro quadrado na cotaçãofeita pela MRV Engenharia, construtora que atua em 30 cidades só noEstado de São Paulo. O preço do metro quadrado ituano varia de R$ 100,00a R$ 250,00 conforme o ponto de localização na cidade, segundo informouo diretor da MRV Engenharia, Lucas Cabaleiro Fernandez. A faixa de preçoem Itu é bem menor que o valor médio do terreno residencial em Campinas,que é um dos principais mercados imobiliários da construtora.Entretanto, para o diretor da MRV, a cidade que é a ?capital? da RMC nãopossui o preço do metro quadrado mais elevado do Estado para aincorporação imobiliária, sendo possível achar áreas a R$ 84,50. Odiretor defende o potencial de negociação imobiliária do município ?Acidade não esta entre os mais caras não! Campinas tem terrenos caros,mas também oferece ofertas de áreas com preços competitivos. Algumascidades, como Jundiaí, por exemplo, têm terrenos com o metro quadradomais caro do que o preço praticado em Campinas?, compara o diretor daMRV Engenharia. Em Jundiaí, o metro quadrado mais caro cotado pela MRVcusta R$ 238,40. (SV/AAN)

Na Baixada há os dois extremos

Em local distante apenas 15 minutos, valor é 3 vezes menor do que naorla

Na Baixada Santista, existem dois extremos no mercadoimobiliário, praticamente dividido pela predominância residencial nacidade de Santos e o apelo para o veraneio em Praia Grande onde cerca de80% dos imóveis são ocupados somente na alta temporada e em finais desemana. De acordo com o delegado regional do Secovi, Domingos Nini deOliveira, que atua em nove municípios que integram a RegiãoMetropolitana da Baixada Santista, em Santos a Vila Rica é o bairro queconcentra o mais elevado valor do metro quadrado construído, que oscilaentre R$ 4 mil a R$ 4,5 mil. Praticamente encostado à orla, o bairrooferece uma grande variedade de serviços como restaurantes, butiques,lanchonetes e cafeterias ao longo da Avenida Azevedo Sodre. Nas esquinasao longo da avenida erguem-se edifícios com 20 pavimentos que oferecemapartamentos com quatro suítes e o metro quadrado avaliado entre R$ 4mil e R$ 4,5 mil. ?Por conta da escassez de terrenos no bairro, aspoucas áreas disponíveis são comercializadas entre R$ 3,5 mil e R$ 4 milo metro quadrado, gerando disputa entre os comerciantes e asincorporadoras?, explica o delegado regional do Secovi na BaixadaSantista.

Se os R$ 4,5 mil cobrados por metro quadrado na VilaRica parecem fazer jus ao nome do bairro, na orla de Santos o metroquadrado supera esse valor em 40% chegando a R$ 6,4 mil nos dois únicosempreendimentos lançados à beira-mar, local onde o metro quadrado seequivale a 116 gramas de ouro cotado no dia 30 a R$ 56,00 o grama, o quesignifica que um terreno de 500 metros quadrados custa o equivalente a58 quilos do precioso metal.

Longe da badalação e daefervescência marítima, na zona noroeste da cidade em uma regiãoconhecida como ?Estradão?, mas nem tanto porque se distancia a apenas 15minutos da praia (4km), Oliveira informa que o preço do metro quadrado étrês vezes menor em relação a um lançamento pé na areia, e o metroquadrado construído é comercializado a R$ 2,4 mil em média. Do ladooposto às praias mais conhecidas da orla santista, a região noroesteoferece terrenos por R$ 1 mil o metro quadrado no bairro Rádio Clube.

Na Praia Grande, a Riviera de São Lourenço oferece terrenos porR$ 4,5 mil o metro quadrado, valorização que começa a abranger o entornodeste sofisticado local da Praia Grande. Na região “colada” ao bairroplanejado, o metro quadrado no imóveis é cotado entre R$ 3,4 mil e R$3,5 mil, e quanto mais distante da Riveira o preço vai se tornando maispróximo aos valores praticados na Praia Grande, onde o valor do metroquadrado atinge R$ 2,8 mil, R$ 3 mil e R$ 3,2 mil com mercado bastanteaquecido para empreendimentos com o metro quadrado cotado em até R$ 3mil.

O preço do metro quadrado varia conforme a localização daárea ao longo dos 24 quilômetros de extensão de Praia Grande. Nos noveprimeiros quilômetros de extensão no centro desse quadrante altamentevalorizado está a Vila Tupi, cujo preço do metro quadrado sai a R$ 3,4mil, porém cai para R$ 2,8 mil a apenas duas quadras da praia. Noextremo da orla, na Vila Caiçara, região menos urbanizada, o metroquadrado construído chega a R$ 2,5 mil e há muita oferta e poucaprocura. ?Em geral, as pessoas estão preferindo locais próximos abolsões de serviço e lazer?, conta o delegado regional do Secovi naBaixada Santista. Nessa região, o metro quadrado do terreno de frentepara o mar é comercializado a R$ 1,8 mil. (SV/AAN)

Cidade estáentre as mais valorizadas de São Paulo

Características comonível e sofisticação da infra-estrutura valorizam local

AScopel atua no mercado de loteamentos no Estado de São Paulo, e estápresente em mais de 54 municípios. De acordo com o gerente comercial daScopel, Yannis Calapodopulos Junior, o que define o preço do lote sãofatores como o nível e a sofisticação da infra-estrutura do local, áreade preservação permanente, dimensões do lote e o preço da terra nua. Eembora existam diferenças de características de dificultam traçar umvalor médio, o gerente comercial da Scopel conta que em váriosloteamentos populares lançados pela empresa, o metro quadrado foicomercializa do a R$ 200,00. Porém, na RMC, existem dois produtoseconômicos em Paulínia e em Sumaré por R$ 180,00 o metro quadrado. ?Ospreços dos empreendimentos da Scopel acompanham o valor dos terrenos emcada região, o que depende da expansão demográfica e do aumento da rendalocal?, explica. Atualmente as áreas mais valorizadas estão nas regiõespróximas a São Paulo e RMC. Nas regiões mais distantes, em geral, ovalor do metro quadrado é menor, porque o custo de vida e a renda médiatambém são menores.

Na análise de Calapodopulos Júnior, a RMC eparticularmente o município de Campinas está muito valorizada. Uma dasexplicações é o fato se ser uma das regiões econômicas mais dinâmicas doPaís e está recebendo um importante volume de investimentosempresariais, o que gera a necessidade de novas moradias e valoriza asáreas disponíveis. ?Nosso negócio funciona como os demais, pela lei daoferta e da procura. Quando a procura é maior, o preço acaba sendo maisalto, pois o proprietário da terra nua valoriza sua propriedade, o queleva a um preço final mais caro?, diz o gerente comercial daScopel.(SV/AAN)

Matéria publicada no CorreioPopular, Editoria Economia, dia 19/10/2008