Preocupado com o cenário de paralisia que afeta o setor e compromete a sobrevivência de suas empresas, um grupo de 26 entidades uniu-se na Coalizão pela Construção, coletivo que atua conjuntamente na defesa institucional da agenda estratégica da construção, estabelecendo diálogo com diversos atores em torno de temas de interesse comum. Com o avanço do calendário eleitoral, e a iminente alternância de poder a partir de janeiro de 2019, tais entidades levarão a agenda estratégica do setor, que dialoga diretamente com a agenda do País, para evento com os candidatos à Presidência da República. 

Marcado para 6/8, das 9 às 17 horas, em Brasília, o encontro O futuro do Brasil na visão dos presidenciáveis 2018 será a oportunidade de conhecer as ideias e propostas dos candidatos para o País e para o setor. O presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, estará presente ao evento, já que a entidade é representada na coalizão pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). 

Investimento e emprego – A agenda estratégica da indústria da construção, exposta em documento enviado aos presidenciáveis, apresenta temas e propõe medidas para reverter a retração do setor e fomentar seu potencial gerador de riquezas. A âncora dessa pauta é a retomada do investimento, com foco na infraestrutura, na habitação e no mercado imobiliário, e na geração de empregos. Dirigentes e empresários do setor avaliam que o próximo ciclo da economia não será estimulado pelo consumo das famílias, mas sim pelo investimento, tendo a geração de novos postos de trabalho como efeito direto da execução de obras e novos empreendimentos. 

Para isso, é preciso melhorar o ambiente de negócios brasileiro, restabelecendo a segurança jurídica; retirar as amarras do crédito para financiamento de empresas e projetos; adotar práticas que garantam a livre concorrência e a participação de um maior número de empresas nos projetos; e apostar na qualificação do atendimento à população, com ações como a revitalização de centros urbanos e outros. As empresas da indústria da construção estão conscientes da incapacidade do poder público para liderar a recuperação do investimento e preparadas para assumir projetos nos diversos segmentos na infraestrutura, com ênfase nas modalidades de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), da habitação e mercado imobiliário; e nos demais setores em que a construção é parceira e parte integrante da geração de riqueza. Após mais de uma década em que aprofundou sua modernização, seja nos seus processos produtivos ou na governança de suas empresas, a indústria da construção está pronta para contribuir com o novo ciclo de crescimento sustentado do Brasil.

Força da indústria – A indústria da construção é um dos setores mais importantes da economia brasileira, com influência direta na geração de riquezas – sua cadeia produtiva é formada por construtoras e incorporadoras; fabricantes e comerciantes de materiais, máquinas e equipamentos; fornecedores de serviços técnicos especializados; consultorias de projetos, engenharia e arquitetura.

Grande geradora de emprego formal e renda, responde por mais de 50% do investimento no Brasil e exerce importante papel social não apenas trazendo para o mercado de trabalho estrato da população menos escolarizado e qualificado, mas também contribuindo para a prestaçāo de serviços em diversos setores.

Em meio à uma crise econômica que combina forte retração no crédito para empresas e redução significativa da renda das famílias, entre outros aspectos, a indústria da construção tem enfrentado perdas continuadas, tornando-se o único setor da indústria que não acompanhou os recentes sinais de reação da economia. Estimulada, pode alavancar um ciclo de crescimento mais robusto da economia.

Dados oficiais de 2016 registram que a cadeia produtiva da construção:

  1. Representa 7,3% do PIB nacional
  2. Emprega 11,6 milhões de pessoas
  3. Desembolsou R$ 200,8 bilhões com a remuneração de trabalhadores
  4. Registrou valor adicionado da ordem de R$ 460 bilhões
  5. Gerou R$ 112,5 bilhões em impostos e taxas naquele ano