A abertura solene da Convenção Secovi 2015 foi embalada por famosas melodias da música erudita, da ópera, do repertório de cinema e até mesmo do samba paulistano. Ao som da Camerata Bachiana sob a batuta do maestro João Carlos Martins, a noite do domingo (30/8) teve Bach (Ária da Quarta Corda), Beethoven (2º movimento do 5º Concerto para Piano e Orquestra – Imperador), Puccini (Nessun Dorma, da ópera Turandot), Ennio Morricone (The Mission), Frank Sinatra (My Way) e Adoniran Barbosa (Trem das Onze).
Destacado por sua carreira mundialmente conhecida como brilhante pianista, João Carlos Martins sofreu um dos maiores reveses de sua vida ao ser diagnosticado com uma doença degenerativa que limita os movimentos de suas mãos. “Passei, então, a me dedicar como maestro”, disse Martins, aduzindo que, a essa atividade, somou a de ser um agente da responsabilidade social. Graças ao seu trabalho à frente da Fundação Bachiana, mais de seis mil crianças em situação de vulnerabilidade social são atendidas tendo a atividade musical como pano de fundo.
Visivelmente comovido, Martins disse que sua apresentação no Secovi-SP executando um piano foi, possivelmente, uma das derradeiras. “Hoje, talvez, seja uma das últimas vezes que ponho a mão em um piano. Só Deus sabe o esforço que faço para cada nota sair”. Isso porque o avanço de sua doença começa a afetar mais intensamente sua performance como pianista. No entanto, sua atividade como maestro e catalisador da formação de novos musicistas e cantores continua normalmente.
Em sua carreira de 10 anos como maestro, Martins já realizou mais de 1.300 concertos e atingiu mais de 11 milhões de pessoas com apresentações ao vivo, muitas delas no exterior, oportunidades nas quais leva consigo novos talentos descobertos por ele.
Para o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, iniciar a Convenção Secovi com o maestro e suas orquestra proporciona aos participantes do evento uma experiência gratificante e envolvente. “Nada como música para carregar as energias. A linguagem da música é universal e chega a todos nós”, disse.