Sinto-me particularmente feliz ao final de cada grandeevento estruturado e realizado pelo Secovi-SP no âmbito do Interiorpaulista, por meio de suas representações e unidades regionais. Éevidente que ampliamos sobremaneira o diálogo político e a visibilidadedo Sindicato no Estado de São Paulo. Aliás, esta sempre foi a nossaluta, que, aliada ao excelente momento da construção civil no País ?crescemos cerca de 500% nos últimos quatro anos -, gera resultados aindamais gratificantes. O gigantismo da indústria imobiliária nacionalsignifica, obrigatoriamente, desenvolvimento social, diminuição dodéficit habitacional, geração de empregos, e, algo muito importante:abertura de capital para o setor. O capital semprebusca as melhores oportunidades, mas também nos cobra facilidades paraque este mesmo capital possa interagir saudavelmente com determinadaregião. Cabe a nós, empresários e empreendedores, detectar novos ecriativos nichos de negócios, descobrir as demandas dos investidores,cobrar incansavelmente dos Poderes Públicos uma postura mais pró-ativa,principalmente no que se refere ao ?destravamento? da legislaçãovigente, o que, por exemplo, redundará em facilitadores para aconstrução civil. O combate à burocracia esbarra no realinhamento denormas e procedimentos dos órgãos públicos ? que por muitas vezesenfrentam os mesmos problemas que afligem o nosso mercado. Carecemos de velocidade na atração de capital, e também deparcerias, que são um instrumento real na obtenção de bons negócios. E,para consolidar esse ciclo virtuoso, não é preciso que grandes empresas?engulam? aquelas menores. Tamanho nunca foi documento, o que importa éo conhecimento das peculiaridades de cada região. Umaforte tendência atual é o investimento em Habitação de Interesse Social(HIS), por exemplo. O empreendedor que conseguir enxergar rapidamenteessa fatia de mercado, com certeza garantirá ótimos frutos. Outro ramo crescente e promissor é o mercado de loteamentos, que seexpande exemplarmente pelo interior de São Paulo. Aliás, outro diaestive em visita a um desses empreendimentos populares, no Noroestepaulista. Percebi que, atendendo a lei municipal específica, ali existemruas largas (além do necessário para esse tipo de loteamento) e, numadessas ruas, com aproximadamente 300 metros de comprimento, havia apenasdois carros (um fusca e um chevete, velhos). Rua larga, totalmentedesnecessária aos moradores, sem qualquer tráfego, asfaltada etotalmente sem uso, e que só encareceu o produto final. A quantidade de doações de áreas (que muitas vezes, lamentavelmente,servem para depósito de lixo), praças e recuos é um exagero, e, comcerteza, desde a concepção até o lançamento, vários outros itens devemter sido embutidos àquele projeto, mas que representaram custo maiorpara quem comprou um lote. O comprador, de parcos recursos, comprou umlote com estrutura maior que a sua necessidade, pagou e não usa. Se nãohouvesse tanta exigência pública para esse tipo de loteamento, comcerteza o custo seria menor, e estar-se-ia atingindo uma camada maior dapopulação ainda mais carente. Para que gastar tanto, para atender umamassa que apenas quer morar bem? Os excessos legais são desnecessários.Temos legislações do Canadá, para uma população carente do Brasil. Agrande diferença é que essa população carente está pagando por tudoisso. O nosso mercado está se nacionalizando, e somosnós que devemos zelar pela sua sustentabilidade, enfim, por suacredibilidade. Devemos mostrar aos governos Federal, Estadual eMunicipal, e também à sociedade, de que forma o capital pode ser bemaproveitado com seriedade e profissionalismo, e cobrar a adequação dasleis, para facilitar a vida do comprador e baratear o custo doslotes.
*vice-presidente do Interior doSecovi-SP e presidente da Acigabc ? Associação dos Construtores.Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, representante regional doSindicato

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