O projeto Nova Luz, na região central de São Paulo, poderá alavancar o mercado de Retrofit no Brasil para fins residenciais, segundo Claudio Bernardes, vice-presidente do Secovi-SP. Além de estudioso no assunto, Bernardes é um dos empresários pioneiros a investir neste segmento imobiliário, com algumas iniciativas já cadastradas no seu portfólio de empreendimentos.
O assunto foi um dos temas discutidos no primeiro Congresso Secovi NE, nesta quarta-feira (24/06). O vice-presidente afirmou que o retrofit residencial ainda não decolou no país, mas a área compreendida pela Nova Luz, na capital paulista, poderá servir de modelo para iniciativas em outras áreas da cidade.
“É preciso conciliar os custos de reforma com preços de venda convidativos”, argumenta Claudio Bernardes, lembrando que, em geral, os imóveis encontram-se muito degradados e têm problemas estruturais como falta de garagem. Os investimentos do poder público, principalmente em segurança da região central de São Paulo, são fundamentais, na sua opinião, para o sucesso do projeto.
Experiência espanhola – Carmen Panadero Reyes, arquiteta espanhola e convidada internacional, discorreu sobre grandes projetos desenvolvidos pelo Estúdio Lamela, de Madrid, do qual é diretora Geral de Expansão. O aeroporto internacional de Barajas, na capital madrilhenha, é por ela listada como uma das operações mais complexas e ambiciosas no currículo da empresa. “Quando se decide pela revitalização, aproveitamos para reabilitar o equipamento de todos os pontos de vista da modernidade, utilizando técnicas bioclimáticas, como a luz natural, contemplando os itens de sustentabilidade e acessibilidade”, apregoa.
Carmen Reyes afirmou que o retrofit é uma técnica muito demandada na Espanha, pois traz retorno real da valorização do imóvel, proporcionando, inclusive, grandes dividendos para o turismo. Todo o processo, no entanto, precisa obedecer a leis rigorosas.
O arquiteto Paulo Lisboa enfatizou que a situação do Retrofit no Brasil, registrado notadamente em edifícios culturais de metrópoles do porte de São Paulo e Rio de Janeiro, é muito diferente de países da Europa. Uma particularidade, no entanto, é comum em todos os casos: o rigor da lei na aprovação dos projetos. “O que temos de considerar, cada vez mais, é que um edifício tem extenso ciclo de vida, logo o seu efeito sobre o ambiente é um longo e contínuo problema a se considerar.”
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