Como um dos países emergentes, o Brasil acaba sendo alvo dasatenções e reflexões de economistas quanto aos possíveis danos da crisesubprime nos Estados Unidos no mercado nacional, principalmente no setorimobiliário.

Acabamos de realizar a Convenção Secovi ?evento que integrou a Semana Imobiliária 2008 conjuntamente com o MasterImobiliário e o SISP ? e uma das mais importantes palestras apresentadastranqüilizou os empreendedores imobiliários, por corroborar com aopinião de analistas econômicos brasileiros.

LawrenceYun, um dos dez melhores economistas do mundo, destacou o Brasil como oprincipal país dos BRICS durante sua apresentação no painel”Investimentos Internacionais nos Países Emergentes” .

Conforme Yun, o País supera a Rússia, a China e a Índia em termos deoportunidades, pois além de manter a inflação sob controle e amacroeconomia estabilizada, possui liberdade política. Riscos políticosmenores diminuem as interferências ao direito de propriedade. Assim,está aberto a investimentos estrangeiros.

Até mesmodiante da crise financeira norte-americana, que tem movimentado asbolsas de valores de todo o mundo, o Brasil permanece em bases firmes. Éreal que ações das empresas incorporadoras e construtoras listadas naBovespa de 2005 a 2007 caíram assustadoramente acompanhando tendênciamundial. Mas é bom esclarecer que tal movimento nem sempre reflete o queacontece de real nas empresas.

Não é honesto relacionara saúde financeira das empresas imobiliárias brasileiras com a variaçãodos papéis. O fundamental mesmo é confiar em uma economia sólida e nummercado imobiliário que está sendo construído com equilíbrio ematuridade.

Afora tais aspectos, o acesso à casaprópria cresceu no Brasil. Com a melhoria da renda salarial e dascondições econômicas, o consumo imobiliário e de outros bens aumentou.

Depois de anos trabalhando com potência mínima, aindústria imobiliária conseguiu que o governo definisse legislações maisapropriadas ao setor e ao novo momento da economia. Sólidos marcosregulatórios levaram à segurança jurídica e à volta do créditoimobiliário, em condições acessíveis aos cidadãos.

Masapesar de o cenário econômico e produtivo no Brasil ser positivo, aindahá enorme carência habitacional. São oito milhões de moradias para umapopulação carente de financiamento e de uma política de Estado.Instrumentos governamentais indutores garantirão a essas famílias oacesso à moradia digna.

Assim como foi possívelreverter um quadro negativo de quase duas décadas com alguns anos depolíticas responsáveis, que permitiram aproveitar o bom momentointernacional e colocar o País na rota do desenvolvimento, certamenteencontraremos a saída para essa mácula social.

Nessafase de crescimento sustentável, com estabelecimento de condições definanciamento em longo prazo é necessário para o fomento de operaçõespara a baixa renda e para o equilíbrio desse segmento no mercado decapitais compreensão da dinâmica de crédito imobiliário.

A despeito de um sistema de financiamento habitacional que atenda aoenorme desafio de garantir moradia a todos os brasileiros, os riscos dosubprime são mínimos. Aqui, não há concessão de créditos podres. Ouseja, os métodos de análise de crédito no Brasil são suficientementerígidos para evitar uma crise financeira. Também, o investimentohabitacional per capita é muito exíguo quando comparado a outros paísese regiões.

Não vivemos um processo de tensãoimobiliária anunciada. Estamos iniciando, sim, um período de construçãohabitacional no país. Há espaço para crescer e pela característica delongo prazo, passaremos praticamente imunes a esse processointernacional de ajustes de contas.