A conjuntura político-econômica do País foi posta em perspectiva na abertura oficial da Convenção Secovi 2015, na manhã de 31/8, na sede do Sindicato. Na avaliação de Claudio Bernardes, presidente da entidade, em doze anos de Convenção, nunca antes o evento foi realizado em um cenário tão conturbado. “Vivemos simultaneamente crises de ordem econômica, política e ética. Crises de governabilidade e de confiança. Um momento delicado para o desenvolvimento econômico e social do País, em que visualizar soluções se torna mais difícil a cada dia”, frisou.

No que se refere ao mercado imobiliário, o presidente destacou a descapitalização da caderneta de poupança; ameaças ao FGTS; redução das operações de crédito, com juros e exigências maiores; recorde no estoque de imóveis em âmbito nacional; recorde no volume de distratos; atraso no pagamento de parcelas a empresas do programa Minha Casa, Minha Vida; demissões de operários nas obras e de funcionários nos escritórios; e o adiamento do sonho da casa própria para milhares de famílias.

Coube ao economista Fábio Barbosa, presidente da Fundação Osesp e ex-presidente do Banco Santander e do Grupo Abril, apontar possíveis saídas para o ambiente econômico. “O Brasil enfrenta um problema estrutural muito grande. Fico otimista quando vejo que o tamanho do Estado está presente nas discussões de hoje em dia. Este é um debate que precisa ser feito”, pontuou. Lembrou, ainda, que sem quatro reformas essenciais – política, trabalhista, previdenciária e federativa –, não há perspectiva de melhora substancial.

A jornalista Cristiana Lôbo, comentarista de política da Globonews, ressaltou que só haverá saída para a crise política atual se houver uma liderança política capaz de conduzir o País rumo a um norte. “Estamos em uma grande crise política e econômica e não tem liderança para tocar tudo isso. Quem consegue liderar um país com 7% de aprovação popular?”, sublinhou, aludindo à atual situação da presidente Dilma Rousseff.

Ela também fez um retrospecto do que foram os últimos anos de governo do PT, em que foram fortalecidos os sindicatos e os movimentos sociais, tendo como preço a pagar o ainda mais acentuado gigantismo do Estado. Como exemplo, citou que, em 2005, Lula prometera duas reformas importantes: a sindical e a fiscal. Só que, colhido pelo mensalão, viu-se obrigado a atender os movimentos que sempre lhe deram sustentação e abrir mão da promessa.

Disse, ainda, que a forma de governar dos últimos tempos não serve mais ao País. “O presidencialismo de coalizão se esgotou, só que ninguém ainda achou um outro modelo para colocar no lugar.”

Tanto Bernardes, Barbosa como Cristiana Lôbo concordaram que uma  solução para o Brasil é a melhora significativa no sistema de Educação. Os três afirmaram que essa pauta tem de estar presente nas discussões da sociedade, pois só um país bem instruído é capaz de mudar seus rumos. 

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