?Amídia está repleta de desinformação nas áreas de desenvolvimento urbanoe meio ambiente. Falta consciência estratégica dos meios de comunicaçãoque anunciam os produtos imobiliários e, erroneamente, criticam edifundem esse mercado?, enfatizou o presidente do Grupo Bandeirantes,João Carlos Saad, durante encontro da política ?Olho no Olho? doSecovi-SP, realizado dia 22/7, na sede da entidade.

Após apresentar a trajetória da Band, Saad lembrou do período em quehavia uma política habitacional no País conduzida pelo Banco Nacional deHabitação (BNH), cujo fim deu-se, na sua opinião, pela desarticulaçãosocial e pela incapacidade gerencial do Estado. ?O ciclo vividoatualmente é diferente, pois está nas mãos do mercado privado e deve-se,principalmente, ao mérito do trabalho e das pesquisas de empresas fortesde um dos segmentos que mais movimenta a economia e gera empregos.?

No entanto ainda falta ao mercado, na visão de Saad,consciência quanto à importância da participação ativa dos empresáriosimobiliários no cenário político nacional e na mídia. ?Os ataques aosetor têm de ser rebatidos.
Brigar é legítimo, desde que com basenos conceitos da democracia. Não se deve permitir que o segmento sejacarimbado?, opinou, fazendo menção ao estigma de ?especuladoresimobiliários? que persegue os empresários.

Como formade mudar tal condição, Saad sugeriu que os representantes da indústriada construção civil e imobiliária defendam as opiniões do setor, semomissão. ?O Brasil vai ser o que suas elites quiserem. A economia estámaravilhosa, com possibilidades de crescer ainda mais, mas é precisogarantir o bom-senso nas relações comerciais.?

Criar umorganismo de auto-regulamentação para a indústria da construção civil eimobiliária também pode ajudar na mudança definitiva da imagem do setorperante a opinião pública. ?Além disso, vários investidoresinternacionais estão interessados no Brasil e precisam ser esclarecidossobre as legislações existentes?, concluiu.

Folhetos ? O presidente do Secovi-SP, João Crestana,enfatizou durante o encontro com o presidente da Band a defesa dasinstituições positivas, dentre elas a imprensa livre, a credibilidadeentre as pessoas, a valorização do mérito – “lucro é forma de proteger odesenvolvimento com responsabilidade” -, o lobby legítimo e transparente- “a representatividade exercida debaixo para cima”.

Crestana ressaltou a importância do setor imobiliário para amanutenção do equilíbrio socioeconômico do País. ?Transformamos terrabruta em espaços que acolhem e protegem as famílias. Por essa razão,repudiamos os termos especulação imobiliária e loteadorclandestino. O setor formal, representado pelo Secovi-SP, combate aclandestinidade.?

Para o dirigente, os empresários jáenfrentam sérios problemas, como legislações urbanísticas anacrônicas,que impedem o adensamento da cidade de São Paulo. ?Defendemos aaproximação da moradia do local de trabalho, as comunidadesauto-sustentáveis. O urbanismo tem de ser pragmático?, disse.

Quanto à proibição da distribuição de folhetos e do usode cavaletes para propaganda imobiliária, imposta pela Lei Cidade Limpa,Crestana desafiou Saad a apresentar uma alternativa de mídia. Comoresposta, o presidente da Band falou sobre a utilização dos jornaisdistribuídos gratuitamente nas ruas.