O verão chegou e, com ele, o período de chuvas, que aumenta a incidência das doenças que proliferam com as enchentes. A dengue é uma delas. Doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. No Brasil, as condições ambientais – clima quente e úmido – favorecem o desenvolvimento e proliferação do mosquito.
A sociedade tem papel fundamental no combate ao mosquito durante todo o ano, principalmente no verão, quando há maior incidência da doença. Nos condomínios, medidas simples, porém eficazes, podem e devem ser adotadas pelos síndicos para evitar a procriação do Aedes nas áreas comuns e também no sentido de orientar os moradores sobre os cuidados a serem tomados em suas respectivas unidades.
Para engrossar a luta contra o Aedes aegypti, o Secovi-SP integra o Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, formado pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em parceria com outros órgãos e entidades, que realizam reuniões periódicas para definir ações que auxiliem no combate à doença.
Prevenção – Apesar das frequentes campanhas desencadeadas pelas autoridades de saúde pública, o mosquito Aedes Aegypti ainda consegue encontrar condições adequadas para se reproduzir. Somos todos responsáveis pelo convívio com esse mal. Mas é bom lembrar que a dengue mata e que o maior problema são os criadouros, que devem ser eliminados.
O mosquito transmissor da dengue é muito pequeno, mas fácil de identificar pelos seus hábitos. Ele se reproduz em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas.
Eis alguns exemplos: caixas d’ água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada.
A única maneira de evitar a dengue é não deixar o mosquito nascer. Para isso, é necessário acabar com os lugares de nascimento e desenvolvimento dele. Outro agravante é que o mosquito da dengue se prolifera em água limpa, e isso pode ocorrer dentro ou fora de casa, pois há diversos recipientes nessas condições e não são tomadas as providências para acabar com os riscos.
Nos condomínios, cabe ao síndico orientar funcionários e moradores. É fundamental que cada morador verifique os possíveis focos e adote as medidas necessárias para evitar a proliferação em seu apartamento, principalmente em varandas, onde há muitos vasos de plantas. O ideal é colocar pratos justapostos, encher com areia ou furá-los.
Nas áreas comuns devem-se manter piscinas com cloro na quantidade adequada; colocar cloro ou sal de cozinha nos ralos, principalmente da garagem, locais escuros e aprazíveis ao mosquito; evitar acúmulo de água em tambores e sobre guaritas com laje sem caída. Além disso, pneus – que devem ser furados –, gangorras e objetos para reciclagem precisam ser cobertos e corretamente acondicionados dentro de bags.
O Sindicato chama a atenção das administradoras de condomínios e imobiliárias para que orientem os profissionais para fiscalizar, durante visitas, os imóveis fechados à venda ou para locação.
Antes de viajar – Nesta época do ano é comum as pessoas viajarem para outras cidades e Estados, por isso alguns cuidados devem ser tomados antes de pegar a estrada.
Programe-se com antecedência para limpar as calhas, cobrir ou guardar em local fechado entulhos, pneus, garrafas, vasos e demais objetos que ficam no quintal, também reponha a areia dos pratos de vasos que estão dentro de casa e verifique se a caixa d´água está bem tampada.
Abaixe a tampa dos vasos sanitários, feche os ralos de pia e de chão, inclusive das áreas externas; clore e cubra a piscina, tampe a lixeira e recolha as vasilhas de água e comida de animais domésticos.
Ao retornar é importante prestar atenção a sintomas, como febre, dores abdominais, palidez, pele fria, agitação e sonolência. Na dúvida, procure imediatamente um médico. O diagnóstico de certeza da dengue é laboratorial. Pode ser obtido por isolamento direto do vírus no sangue nos três a cinco dias iniciais da doença ou por exames de sangue para detectar anticorpos contra o vírus, por meio de testes sorológicos.
O trabalho de combate à dengue deve ser permanente e contínuo, Porém, não há razão para pânico, basta que cada um faça sua parte.