O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, iniciou sua palestra na plenária setorial de Comercialização e Marketing, dia 23/6, na sede do Sindicato, ressaltando as boas notícias do dia: os dados da Abecip sobre o aumento no número de financiamentos imobiliários registrados de janeiro a maio de 2009, em relação a igual período de 2008; e o nível de emprego no País, que já mostram sinais de recuperação – 130 mil postos de trabalho formais em maio, com tendência de superar os 200 mil em junho.

Petrucci fez um breve histórico sobre a questão do imóvel popular, lembrando que 1996 e 1997 foram os anos das cooperativas habitacionais e que o atual presidente João Crestana, à época, trouxe o assunto para discussão no Secovi-SP. Lembrou ainda que diversas empresas, dentre as quais, Rodobens, Tenda, Living e outras, já acreditavam no mercado popular há mais tempo e que atualmente existem mais de 100 mil unidades em produção nos segmentos econômico e super econômico.

Minha Casa, Minha Vida – O programa criado pelo governo, em parceria com a iniciativa privada, com vistas à criação de 1 milhão de moradias, foi um dos temas abordados pelo economista. Ao analisar alguns aspectos do pacote, Petrucci reforçou que o programa é anticíclico e envolve não só a produção de moradias, mas a geração de emprego e incremento à atividade econômica.

Advertiu que não há possibilidade de remanejar subsídios aportados em cada faixa e informou que, ao Estado de São Paulo, a distribuição de recursos para a faixa de 0 a 10 salários mínimos deve contemplar cerca de 184 mil unidades.

Quanto às novidades, contou que, ao tramitar na Câmara dos Deputados, o projeto de lei recebeu recurso adicional para cidades com população de 50 mil a 20 mil habitantes. E observou que a medida prevista no Programa que prevê a gratuidade nas custas cartorais para a faixa de 0 a 3 salários mínimos deverá causar dificuldades aos cartórios.

“São grandes os esforços e também os desafios para produção de moradias de interesse social, que envolvem desde a criteriosa análise dos projetos, até a adequada localização, infraestrutura, qualidade e sustentabilidade, para citar apenas alguns aspectos.

Financiamentos – Petrucci disse que os recursos para a habitação (FGTS e SBPE) devem atingir cerca de R$ 50 bilhões em 2009, ante R$ 40,6 bilhões no ano passado. Além disso, a capacidade de aplicação da Caixa Econômica poderá ampliar o total de recursos disponíveis.

Sobre o mercado de imóveis novos na capital paulista, o economista-chefe acredita que, hoje, a principal dúvida é do incorporador. “Consumidor está acreditando mais no mercado do que o empreendedor, que vem avaliando a conjuntura para lançar projetos”, opina. Nos últimos meses, as vendas de estoque têm superado os lançamentos – tendência que deve se manter ao longo do ano. Ainda, como as expectativas vêm se confirmando, o mercado deve encerrar 2009 com 28 mil unidades lançadas.