Tornar as cidades humanas, inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis é apenas um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, elaborados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e líderes de governos de todo o mundo. Foi com o objetivo de estudar o aumento da urbanização inclusiva e sustentável que o Secovi-SP realizou, nesta segunda-feira (04/07), o encontro da Política “Olho no Olho” com o presidente do Conselho Consultivo do Sindicato da Habitação, Claudio Bernardes, e com a presença do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e de diversas outras autoridades regionais. Com o tema “Habitat III”, um importante plano de desenvolvimento para revisão de políticas e de moradia organizado pela Assembleia das Nações Unidas, o evento reuniu cerca de 100 pessoas e promoveu o debate a respeito dos novos caminhos para o desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

De acordo com o diretor Regional do Secovi no município, Fuad Jorge Cury, a RMC é considerada uma das principais e mais desenvolvidas do País. Referência em infraestrutura, o local atrai atenção de investidores e compradores para o mercado que, daqui para frente, vai passar por um acentuado período de desenvolvimento. Porém, os 20 municípios participantes precisam se planejar para atuar de forma conjunta. “Não podemos mais pensar as cidades isoladamente. Precisamos iniciar um processo mais coletivo em prol das classes sociais menos favorecidas”, ressaltou.

O conceito de gestão metropolitana também foi abordado por Cláudio Bernardes. Segundo ele, é preciso haver um desenvolvimento intermunicipal coesivo, ou seja, tentar estruturar a infraestrutura e as atividades das cidades de forma territorialmente lógica. Com essa divisão planejada, há um melhor aproveitamento do espaço local.

Estima-se que, atualmente, apenas 0,5% do território brasileiro seja urbano, e que 85% da população do País vivam nessas áreas. “Nos próximos anos, esse número deve saltar para 91%. Portanto, as políticas devem ser estruturadas a fim de acomodar esse grande número de pessoas em um espaço tão pequeno”, enfatiza. Ele acredita que a habitação deve ser tratada como uma das maiores prioridades pelos governos. “Primeiro, deve-se resolver esse problema para, então, partir para as outras prioridades. As cidades existem para atender as necessidades das pessoas. Se tiver isso em mente ao realizar processos, o resultado será assertivo”, completa Bernardes.