Rachel Maia durante o painel Empreendedorismo e inspiração, na Convenção

Aos 47 anos e com uma brilhante carreira executiva com passagens por Novartis, Tiffany & Co e recentemente Pandora, Rachel Maia tem muitas histórias para contar. Ela escolheu abrir sua palestra “Empreendedorismo e inspiração”, na Convenção Secovi 2018, falando de Sarah Maria, sua filha de 7 anos, que a ensinou a resgatar a conexão com o outro no mundo corporativo, a voltar a olhar as pessoas nos olhos, “enxergar além das circunstâncias”.  

Em sua fala, Rachel tocou em assuntos efervescentes, porém delicados, que permeiam a vida nas empresas, como diversidade, inclusão, cotas e preconceitos contra mulher, etnias e berço educacional, usando a sua própria experiência para ilustrar a dura jornada de quem supera todas as barreiras e chega ao topo.

Vinda de uma família da periferia de São Paulo e com o sonho de ser comissária de bordo, a executiva teve que ceder ao pai, que exigiu que ela fizesse uma faculdade. Cursou Ciências Contábeis e, depois de formada e com uma primeira experiência profissional em que percebeu o valor de ter fluência no inglês, passou uma temporada de um ano e meio no Canadá. 

Em seu retorno, deu início à sua trajetória ascendente, galgada com apoio de pós-graduações em escolas renomadas nacionais, como FGV e USP, e internacionais, como Havard Business School e Stanford, para respaldar seu talento e superar a barreira do preconceito por não ter cursado uma faculdade de primeira linha. 

Mulher, negra e bem-sucedida, estampou a capa da revista Forbes ao lado de grandes executivas, como Luiza Trajano. “Foi a época em que ganhei mais haters”, lamentou. “Não basta ser inclusivo, é preciso se questionar como você está instigando o seu entorno a ser inclusivo também. Precisamos trabalhar questões étnicas, sexistas, diferenças salariais que afetam mulheres e negros. É preciso equidade e justiça social”, declarou, ainda destacando a necessidade da criação de ferramentas para identificação de talentos e como extrai-los da periferia. 

Rachel se posiciona favorável à política de cotas. “Para um período transitório, se faz necessário para que haja equidade na linha de largada das pessoas que não tiveram a mesma base educacional. Se não houver cotas, o Brasil vai levar mais de 130 anos para equiparação”, justificou. 

Vivendo um período sabático, mas “produtivo”, Rachel Maia lidera a iniciativa educacional Capacita-me, fiel ao seu chamado desde a infância de “olhar e cuidar do próximo”, é embaixadora da Audi, colunista das revistas Forbes e Claudia e está em vias de lançar seu livro pela editora Globo. 

A Convenção Secovi tem o patrocínio da Atlas Schindler, Intelbras, Porto Seguro, Apemip, OLX e SegImob. 

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