Chap Chap: ano de 2018 deverá
ser de recuperação 

“Dois mil e dezoito será o ano da retomada do mercado imobiliário, sem dúvida nenhuma. Os  primeiros três meses serão ainda de recuperação, mas eu acredito que depois desta longa crise, quase quatro anos, nós vamos começar a ver de novo a população procurando a sua casa própria. Dois mil e dezoito e 2019 serão dois anos em que o mercado imobiliário voltará ao seu pleno funcionamento.”

A afirmação é de um verdadeiro ícone do mercado imobiliário e da construção civil, personalidade conhecida no Brasil e no exterior por seu empenho pelas causas da habitação no país, tanto como presidente do Secovi-SP, onde atua desde meados dos anos 1970, quanto pelo capítulo brasileiro da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci). Falamos de Romeu Chap Chap, 84 anos, 60 dos quais dedicados à construção civil, onde como empresário foi responsável pelo surgimento de mais de uma centena de edifícios residenciais e comerciais, bem como shopping centers e galpões industriais.

Para Chap Chap, a crise que assolou o Brasil nos últimos anos foi maior do se esperava e veio num momento em que a economia parecia estar em curva ascendente e com o mercado imobiliário em franca expansão.

“O grande choque é que nós, depois uma longa fase negativa, estávamos vivendo, desde 2004, um período de grande euforia no mercado imobiliário, provocado por mudanças de regras, medidas governamentais favoráveis, inflação e taxas de juros sob controle. O mercado imobiliário cresceu bastante até 2013, sobrepujando até alguma conjuntura negativa que foi a crise de 2008, iniciada com a quebra do banco americano Lehman Brothers. Mas imediatamente o governo da época adotou a política do Minha Casa Minha Vida, soube incentivar de novo a construção civil, principalmente, para a baixa renda, e a crise, que foi bastante forte em termos mundiais, acabou sendo menos sentida por aqui.”

O presente ano, de acordo com Chap Chap, tem um outro ponto a ser destacado que são as eleições para presidência e o Congresso. Depois da crise que adveio após 2013, Operação Lava Jato e as denúncias envolvendo grandes empreiteiras, as eleições trazem, segundo ele, muita expectativa. “Vai ser um ano bastante turbulento por conta das eleições, mas de qualquer maneira o mercado poderá avançar positivamente. O pior da crise está passando, embora o desemprego ainda continue elevado, mas eu diria que 2018 será o ano da transição entre a grande recessão e o futuro, que começa em 2019, esperamos com um novo e bom presidente, com boas propostas e que dê continuidade às reformas que tanto precisamos.”

Fonte: coluna Conexão Fenaci, publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 29 de janeiro de 2018