Primeiro painel da Convenção Secovi-SP 2023 contou com a participação de especialistas do Itaú BBA e do BTG Pactual
“Os passos da economia nacional e para onde eles vão nos levar” foi o tema do primeiro painel da Convenção Secovi, o maior evento do mercado imobiliário nacional, que começou na manhã desta segunda-feira, 21/8, em formato híbrido, com modalidade presencial no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.
Sob a moderação de Basilio Jafet, vice-presidente de Relações Institucionais do Secovi-SP, Fernando Machado Gonçalves, superintendente de pesquisas econômicas do Itaú BBA; e Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, fizeram uma análise do cenário macroeconômico atual, da política fiscal e monetária e seus efeitos no mercado imobiliário, discorrendo sobre elevação da nota de crédito do Brasil, redução da taxa de juros, reforma tributária, governança do País, entre outras questões.
Os economistas destacaram o novo ciclo de redução da taxa de juros e projetaram uma Selic de 9,5% até o fim este ano. “Ou seja, serão três cortes e meio. E, no começo de 2024, teremos juros abaixo de dois dígitos”, disse Fernando Gonçalves. Para ele, há dificuldades para cortar ainda mais os juros, sendo a escolha da política econômica do governo uma delas. “Gastar mais gera demanda, e demanda pressiona a inflação e limita a capacidade de cortar os juros”, explicou.
O economista do Itaú acredita que os juros ainda vão continuar atrapalhando, um pouco, os mercados que dependem de crédito, como o imobiliário. “Por outro lado, o setor deve se beneficiar com custos menores. O INCC deve cair bastante. Mas a mão de obra vai continuar a cara no Brasil”, adiantou.
Álvaro Frasson chamou a atenção para as restrições enfrentadas pelo governo, como, por exemplo, a necessidade de ajustar o valor dos combustíveis, que resultou em um aumento da gasolina.
Reforma tributária – Indagado por Basilio Jafet sobre a reforma tributária, Gonçalves, do Itaú BBA, disse que, de modo geral, o texto “tem vários aspectos positivos: diminui ineficiências, melhora a alocação de recursos e, ao mudar o imposto de origem para destino, por exemplo, poderia acabar com a guerra fiscal”.
Na opinião de Frasson, do BTG, o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) pode não ser o melhor modelo, mas elimina alguns riscos. Citou, como exemplo, o ranking em que o Brasil lidera no tempo gasto com pendências tributárias e contábeis. “São mais de 1.500 horas por ano. Só o fato de aprovar o IVA, que deve reduzir para algo em torno de 300 horas/ano, o País ganha produtividade.” Para ele, uma vez implementado, o IVA tem potencial de gerar um crescimento de 12% do PIB em 10 anos. “O aumento da carga tributária deve vir mais da reforma sobre a renda que da reforma tributária”, disse Frasson.
Os especialistas também responderam uma série de questões encaminhadas pela plateia.
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