O painel “Tendências atuais da administração de condomínios” foi um dos destaques do Enacon nesta 5ª feira, 5/11. O evento iniciou-se com palestra de Geraldo Bernardes, diretor de Sustentabilidade da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, que apresentou inicialmente dados de uma pesquisa realizada pela AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de SP) com 5 mil condomínios da cidade de São Paulo.

Entre as informações de perfil, destacou-se a predominância de isenção da taxa condominial para síndico morador: 58% (entre administradoras que controlam até 100 condomínios clientes); 63 % (entre empresas que administram de 101 a 200 edifícios); 60% (entre os que controlam de 201 a 300 condomínios) e 62% (entre aqueles com mais de 300 edifícios).

“Já temos até problemas para conseguir um síndico quando não há taxa de isenção condominial. Após a norma NBR 16.280 da ABNT, que trouxe uma série de responsabilidades que antes ele não tinha, tivemos uma diminuição no número de candidatos a síndicos dentro dos condomínios”, afirmou Bernardes.

Outra grande mudança, segundo ele, foi a migração para o sindico profissional. “Na última pesquisa, esse profissional representava apenas 1,3% do universo e hoje já totaliza 7,3% do montante”, disse Geraldo, que ressaltou ainda que a retração da economia levou muita gente capacitada a abraçar essa profissão.

Entre os convidados do painel estava Ramiro Moura, sócio do grupo Robotton Administração de Imóveis e Condomínios, que também trouxe números baseados em levantamentos da empresa. De acordo com ele, o tempo médio de atuação de um síndico é de 4 anos, sendo que 50% desses profissionais são liberais ou autônomos; 38 % são empregados ou servidores públicos; 6% síndicos profissionais e 6% como outros.

“Hoje, é difícil que o morador se disponha a ser síndico, ainda mais com tantas responsabilidades legais, ambientais, etc. Com essa expansão das atribuições, acontece o afastamento daquele que não pretende levar o ofício como uma carreira”, pontuou Fernando.

Já o diretor superintendente da APSA (Administração Predial e Negócios Imobiliários), Leonardo Schneider, analisou o mercado carioca e destacou a preocupação com a inadimplência nos condomínios. “Ainda não é alarmante, mas exige acompanhamento por parte das administradoras. Por isso, todos vêm buscando redução de custos”, afirmou.

Essa questão, no entanto, não é a que mais causa apreensão no Rio Grande do Sul, como relatou Simone Camargo, vice-presidente de Condomínios do Secovi-RS. Dados apresentados durante a palestra mostraram que a inadimplência vem caindo no Estado gaúcho. Entre agosto de 2014 a julho de 2015, o índice registrado foi de 12,55%, enquanto no mesmo período do ano passado esse patamar era de 15,26%. “A inadimplência no Sul não é expressiva. As pessoas estão preocupadas com o bem viver e, dentro disso, procuram ficar em dia com suas contas”, destacou Simone.