Neste domingo, iremos às urnas para escolher nossos próximos representantes e selecionar os dois mais votados para a disputa em segundo turno. Indicado por todas as pesquisas de intenção de voto, e salvo algum fato novo, teremos, em nível nacional, um segundo turno com forte polarização.
Como esperado, as discussões políticas têm aumentado e trazido mais tensão para a sociedade. A busca pela pacificação e união dos brasileiros não faz parte do discurso de nenhum dos dois candidatos que estão à frente. Continuaremos com a divisão e o rancor de pensamentos extremistas que não constroem a unidade de um povo.
A busca de todos os candidatos deveria ser por harmonia, pois o crescimento do sectarismo é perigoso e não traz nenhum benefício para nossa sociedade. Por isso, acredito que, para podermos crescer e voltarmos a ter paz, deveríamos ter um próximo presidente com essas características. Mas as pesquisas mostram que este pensamento é minoria. A maior parte dos brasileiros acredita nesta polarização que, na minha opinião, traz uma instabilidade perigosa para o próximo governo e para todos nós.
Até mesmo nas intenções de votos observamos a divisão do País. Norte/nordeste versus sul/sudeste, homens versus mulheres, e tantas divisões como nunca visto neste País. Confirmando nas urnas as pesquisas de intenções de votos, continuaremos neste processo de distanciamento dos brasileiros, que se iniciou nos movimentos de 2013.
Claro que, durante os períodos eleitorais, sempre temos posições divergentes, pensamentos diferentes e apoios a candidaturas diversas. Mas a escalada destes posicionamentos é que preocupa aqueles que sempre buscam consenso e caminhos equilibrados para a solução de conflitos.
Os extremismos e radicalismos nunca trouxeram, para nenhuma sociedade, um crescimento sustentável e equilibrado. Historicamente, sempre estiveram ligados a rompimentos institucionais e gestões não democráticas.
A cada dia, torna-se mais importante uma carta destes candidatos aos brasileiros, com compromissos claros de ajuste fiscal, combate à corrupção e respeito à democracia. Precisamos de diretrizes concretas para o País.
Essa turbulência política tem trazido muitas dificuldades econômicas, e a recuperação é cada dia mais necessária. O País não suporta mais postergar a retomada da saúde financeira das empresas e das famílias. O crescimento do nível de emprego deveria ser a prioridade zero, para qualquer gestor público, neste momento.
Somente com união, com uma diretriz comum, é que teremos condições de iniciar e conduzir o inadiável processo de recuperação do verdadeiro Brasil. O Brasil que trabalha, produz e compartilha, que gera renda, que oferece oportunidades, que retém talentos, que sonha grande e alto. Tão grande quanto o seu tamanho.
Não se trata de defender uma candidatura, mas uma ideia.
Nós mesmos construímos nosso futuro. Eleições, muitas vezes, são definidas no próprio dia e pesquisas não conseguem registrar essas mudanças de última hora. Estas eleições são fundamentais para a construção de um só Brasil, evitando esses rompimentos de famílias, regiões e tantas outras divisões que estamos presenciando. Afinal, somos todos brasileiros.
Flavio Amary é presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi