Mais de 200 pessoas acompanharam a palestra “Liderança transpessoal: você está preparado?”, ministrada pelo especialista britânico John Knights, dia 12 de junho, na sede do Secovi-SP, a convite do grupo de Novos Empreendedores (NE) da vice-presidência de Desenvolvimento do Sindicato.

Knights definiu a expressão “transpessoal” como sinônimo de “ir além do próprio ego” e defendeu que questões comportamentais são tão importantes para um líder quanto conhecimentos técnicos.

“Precisamos viver nossos valores éticos. Seja o mesmo dentro e fora do escritório”, recomendou o palestrante, que é professor da Universidade de Chester. Também é mentor de executivos sêniores e presidente da Consultoria Britânica de Desenvolvimento de Lideranças com foco em Inteligência Emocional Leader Shape.

Autoconsciência – Ao falar da importância das habilidades intelectuais, Knights disse que as pessoas precisam de um intelecto razoável, mas o valor real desta competência é superestimado. “Habilidades técnicas e negociais são indiscutivelmente ferramentas necessárias, mas, sozinhas, nunca farão um líder”, afirmou o professor, salientando alguns aspectos de inteligência emocional para lideranças.

Segundo ele, a inteligência emocional pode ser desenvolvida aplicando-se quatro competências: autoconsciência, autogestão, consciência social e gestão dos relacionamentos. “As pessoas, em funções diretivas ou não, precisam ter consciência de quem realmente são como pessoas (temperamento, perfil de caráter etc). Isto porque, seus comportamentos impactam no desempenho de si mesmos e dos outros”, afirmou. O líder precisa se entender, além do mundo externo, disse, citando uma frase do escritor russo Léon Tolstoy: “todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”.

Características – Knigths apontou as principais características de um líder: ser visionário, focado em resultados, possuir indicador de desempenho, trabalhar duro, ser um modelo e ser coercitivo. “O líder deve saber escutar. Precisa parar de falar e ouvir mais. Ter empatia (o que é diferente de simpatia), demonstrando que se importa com o que os outros estão sentindo. Também é importante ajudar no desenvolvimento das pessoas, identificando oportunidades e estimulando as pessoas a mostrarem seu potencial”, elencou o especialista, que citou ainda a importância de ter humildade e habilidades de coaching.

Segundo ele, a vaidade pessoal é um dos maiores empecilhos para este autoconhecimento e para o avanço profissional. “Um líder precisa ser honesto consigo mesmo e avaliar se suas decisões visam apenas o benefício próprio ou se ele está considerando também o benefício dos outros e da empresa. Quando ele adquire esta consciência da motivação de suas ações, já começa a vencer o ego”, esclareceu. E aconselhou: “é fundamental desenvolver um conjunto de princípios éticos que norteiem suas ações, além de compreender como seus respectivos cérebros tomam decisões subconscientes, frutos dos instintos, da intuição e dos insights”.

Mudança de cultura – O professor abordou a cultura ética na organização e o processo de aprendizagem. “Se não mudar a cultura, nada vai acontecer”, garantiu, acrescentando que mudança pressupõe novos conhecimentos, ambiente seguro, feedback e transparência. “São nossas escolhas que mostram quem nós somos verdadeiramente. Muito mais que nossas habilidades”, citou Knights, lembrando do diálogo entre as personagens Harry Potter e professor Dumbledore, no filme “A Câmara Secreta”.

Knights indicou dois livros de sua autoria para quem desejar saber mais sobre liderança transpessoal: O Elefante Invisível e Tesouro da Pirâmide (e-book). Mais informações: www.etiquetaempresarial.com.br.