Em30/11, segundo dia da Feira Secovi Condomínios, realizada no Centro deExposições Imigrantes, aconteceu o Fórum Prático de SegurançaCondominial. Especialistas forneceram diversas dicas e orientações sobreequipamentos e sistemas de segurança durante palestras e, em seguida,explicaram o seu funcionamento e aplicação nos condomínios.

Coordenado pelos diretores da vice-presidência de Condomínios doSecovi-SP, Sergio Meira de Castro Neto e Guilherme de Barros MonteiroRibeiro, e por Florival Ribeiro, especialista em Segurança e instrutorda Universidade Secovi, o Fórum foi realizado das 14 às 18 horas, econtou ainda com a participação do coordenador estadual dos Consegs(Conselho Comunitário de Segurança) da Secretaria de Segurança do Estadode São Paulo, Sanenari Oshiro, e da presidente nacional da Abese -Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança,Selma Migliori.

“Fazer um plano de segurança éindispensável. Mesmo que seja necessário implantá-lo aos poucos, épreciso ter uma visão global do sistema”, aconselhou Meira. “O ladrãotem de se perguntar: por que vou invadir esse prédio?”, complementou.

Segundo ele, pesquisa não muito recente demonstrou,dentre as principais razões para se morar em condomínios, a segurança emprimeiro lugar, com 82%. Realidade à época em que a enquente foirealizada, hoje esse comportamento está mudando, disse o diretor. Issoporque, os bandidos, que buscam maior resultado com menor esforço,começaram agir nos condomínios, migrando de outras modalidades de crime(como assalto a bancos, indústrias, etc) que passaram a criar maisdificuldades de ação.

Nos condomínios, conformeanalisou, eles observam os pontos vulneráveis, analisam e montam aestratégia de invasão. Hoje, há equipamentos e sistemas modernos queajudam a prevenir, mas procedimento operacional é a principal arma paradeter a ação criminosa.

Meira explicou que o Secovi-SPmantém um conjunto de ações voltadas à orientação de síndicos efuncionários a fim de contribuir para ampliar a segurança nos edíficios.Dentre elas, enumerou a edição do Manual de Segurança, com orientaçãoampla; Curso da Universidade Secovi, frequentado em sua maioria porfuncionários que atuam em condomínios; Decálogo de Segurança, com dicasbásicas para porteiros; Parceria desde 2004 com a Secretaria daSegurança Pública; além de palestras em diversas cidades do Interior doEstado.

Procedimentos operacionais sãoessenciais

A segurança tem diversas interpretações,dependo do contexto: quanto tudo vai bem, ninguém lembra; quando asituação vai mal, dizem que não existe; quando realmente não há, todosacham que deveria existir; e quando é para gastar, acham que não énecessário.
Em seu conceito, representa um conjunto de medidasdestinadas a garantir a integridade de pessoas, bens e instituições. “Ouseja, envolver tudo o que estiver ao meu dispor: adequar instalaçõesfísicas, agregar moradores, equipamentos eletrônicos e empregados”,ensina o diretor, informando ainda ser indispensável a criação de ummanual e respectivo cumprimento dos procedimentos operacionais, portodos, indistintamente.

“Os procedimentos operacionaisé que trarão segurança aos condomínios”, ratificou Florival Ribeiro.”Não adianta ter equipamentos se não treinar funcionários e orientar osmoradores”, acrescentou, lembrando que o bandido observa osprocedimentos para poder agir.
Segundo Ribeiro, para que o delitoocorra, acontecem as seguintes etapas: 1) seleção do alvo – marginalquer dinheiro e jóias; 2) coleta de informações – todos, funcionários emoradores, acabam passando algum dado, de alguma forma; 3)açãodelituosa. O bandido enxerga oportunidade, ganha motivação, usa atécnica e parte para a ação em si. Assim, conforme o especialista, éessencial evitar a oportunidade para impedir as demais fases.

Ressaltou ainda a necessidade de rigidez no controle deacesso ao condomínio, explicando os procedimentos corretos a seremadotados para evitar a invasão. “Quem trabalha com segurança não podeadmitir o fator surpresa. Tem de estar sempre atento e observarconstantemente todos os detalhes.” Para não ser vítima, por exemplo desimulações de ocorrência, ensinou que, em qualquer atitude suspeita nasimediações, deve-se acionar a polícia ou o Corpo de Bombeiros (resgate),se for o caso.

Também deu dicas de como identificarsinais que demonstram que o interlocutor está mentindo e relacionou osmodos mais comuns de invasão a condomínios – sendo os portões da garageme da portaria os acessos vulneráveis.

Atuação dosConsegs

Sanenari Oshiro explicou que os Consegs sãofóruns de cidadãos interessados na segurança de um bairro ou de umaregião, que têm entre seus membros natos o delegado de polícia local e ocapitão da Polícia Militar, e são compostos ainda por membros efetivos,participantes e visitantes. O grupo realiza reuniões periódicas que,segundo ele, são práticas, objetivas e geralmente resultam em soluçõespara as questões apresentadas.

Oshiro falou tambémsobre o projeto Prédios Antenados, implantado pelos conselhos em duasregiões da Capital – Cambici e Perdizes – e que consiste em uma rede decomunicação entre vários condomínios para checar as condições desegurança, num sistema de rodízio até completar todo o circuito. Além deum treinamento específico feito pela PM, existem algumas medidas diáriaspara garantir a segurança do sistema. Quando algo foge à normalidade,são adotados os procedimentos emergenciais. “E isso não inclui apenasocorrências, mas também saber identificar situações de risco”, observa,acrescentando que o sistema também tem sido usado com sucesso emchácaras de veraneio. “Não é caro nem complexo.”

Ocoordenador pediu a todos que divulguem o trabalho do Consegs e disseque seria importante, se possível, a participação de representantes decondomínios (titular e suplente) nas reuniões mensais do conselho dobairro, levando questões relacionadas à segurança para discussão dacomunidade.

Missão preventiva

Selma Migliori destacou que o papel da Abese é fortalecer asempresas e fomentar negócios do setor de segurança eletrônica. “Temosuma missão preventiva, de provedores de informação”, disse, ressaltandoque o combate ostensivo cabe aos órgãos público. “Os principais clientesde nossos associados são os condomínios, que precisam de empresas queofereçam projetos de qualidade”, adicionou.

Elarecomenda que sempre se busque no mercado empresa idônea, legalmenteconstituída e com produtos de procedência comprovada. “A Abese tem umselo de qualidade e disponibiliza em seu site as empreas certificadas eem processo de certificação. É como uma ISO do setor.” Partiu de Selmaainda uma orientação comum aos síndicos, quando se trata da contrataçãode qualquer serviço: não considerar apenas o preço, mas ocusto-benefício. Envolver os condôminos no processo de escolha doprojeto de segurança também é fundamental.
“Além de detalhar tudo nocontrato, é imprescindível estimular hábitos seguros, testar o sistemaperiodicamente e contratar seguro residencial. Isso porque, o sistema desegurança tem função preventiva.”