vocês mudam o Brasil
Planejamento urbano e mobilidade foram os temas em pauta no “I Seminário Em Movimento: Movimentando ideias. Construindo o Brasil”, realizado pelo Secovi-SP e pela Rede Globo de Televisão na manhã de quarta-feira, 29/8, na sede da entidade.
Alexandros Washburn, ex-diretor de desenho urbano da prefeitura de Nova York (gestão Michael Bloomberg), abriu o primeiro painel falando sobre como a cidade norte-americana conseguiu implementar boas estratégias urbanísticas. Multicentralidades conectadas por transporte público, inexistência de lei de zoneamento – o que não engessa a adequação da cidade a novas dinâmicas de vida –, lógica bottom up (de baixo para cima) para a construção de soluções, foram alguns dos pontos abordados.
Para Washburn, a lógica de múltiplos centros conectados pode servir para São Paulo. Ainda segundo o especialista, é possível engrandecer ainda mais a cidade. “Se vocês consertarem São Paulo, vocês mudam o Brasil”, disse, em referência ao potencial de a cidade “fazer muito dinheiro”.
Washburn e Bernardes.
Em seguida, Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP, elencou as cidades do mundo onde as pessoas são mais felizes, de acordo com ranking da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
“Se analisarmos bem, vamos ver que as pessoas são felizes em cidades que funcionam”, disse Bernardes, listando uma série de ações que muitas dessas cidades adotaram para alcançar esse patamar.
Mobilidade – A diminuição do uso do carro e a ampliação do uso de modais de transporte foi tema da palestra de Eduardo Vasconcellos, engenheiro, sociólogo e diretor do Instituto Movimento, no segundo painel. “O problema é que, muitas vezes, andar de carro ou de ônibus tem mais ou menos o mesmo custo para o usuário, dependendo do trajeto”, disse. De acordo com ele, se se reduzir o uso do carro em 30%, já haverá mudança notável nas cidades.
de transporte
Vitor Ferreira, co-apresentador do programa GloboNews Em Movimento, completou as apresentações, relatando a experiência em viagens que fez pelo Brasil. O propósito, segundo ele, foi ter um retrato da situação dos mais diversos modais de transporte nas cinco regiões brasileiras. Um dos exemplos abordados pelo jornalista foi como a concessão de trilhos a uma mineradora viabilizou um trem turístico que interliga cidades de Minas Gerais ao Espirito Santo. “Como a empresa precisa dos trilhos para levar carga, faz sentido que também explorem o potencial para transportar turistas.”
O presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, acredita que o seminário serviu para mostrar como a indústria imobiliária contribui para o desenvolvimento das cidades. “Nossa ideia é desmistificar um pouco o nosso setor. Somos construtores de cidades”, sustentou. Aproveitou para lembrar que, quando o mercado sofre restrições, há prejuízos em larga escala para a sociedade. “A favelização e as ocupações irregulares, por falta de moradia digna, são algumas das consequências mais evidentes.”