O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, participou de reunião das vice-presidências do Secovi-SP de Incorporação e Terrenos Urbanos, conduzida por Emilio Kallas, e de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano, sob a reponsabilidade de Ricardo Yazbek, dia 27/6, na sede do Sindicato.

Para um público de 70 empresários, Tatto apresentou as metas de sua pasta e informou que transportes e saúde são áreas prioritárias na gestão do prefeito Haddad.

De acordo com pesquisa realizada pela secretaria, diariamente são realizadas 18 milhões de viagens na cidade de São Paulo, das quais 56% por transporte coletivo e 44% por veículo individual. Os ônibus são responsáveis por 81% das viagens, o metrô por 22% e trens por 11%.

“De toda infraestrutura de transporte existente na cidade, somente o ônibus está presente em todo o território, com 1.350 linhas”, enfatizou Tatto. De fato, os números comprovam: são 130 km de corredor de ônibus contra 78 km de metrô. O atraso na expansão das linhas de metrô é o principal gerador da falta de mobilidade na Capital, conforme o secretário. “Ônibus não é transporte de massa e aqui está o problema de São Paulo.”

“Mobilidade é tema prioritário dos estudos do Secovi-SP”, afirmou o presidente da entidade, Claudio Bernardes. O dirigente completou que São Paulo recebe, por dia, 1 milhão de viagens de outros municípios. “A solução virá com novos modelos de ocupação capazes de aliviar a pressão no sistema de transportes.”

Atualidade – Na cidade, o espaço não é democrático, pois 79% do sistema viário ficam ocupados, no horário de pico, por carros, 15% por motos, e somente 3% por ônibus, 1% por fretados e 2% por caminhões. Para melhorar o deslocamento dos ônibus, Tatto afirmou que são necessários 460 km de novos corredores exclusivos em 12 anos. “A gestão atual vai entregar, até 2016, 150 km e 14 novos terminais”, garantiu.

Conforme o secretário de Transportes, essa expansão vai proporcionar uma mudança de paradigma, pois serão criados espaços diferenciados nesses corredores, com fiação subterrânea, novos e mais eficientes ônibus e ciclovias. “A intenção é atrair empreendimentos imobiliários mistos nessas áreas e, assim, levar moradia e comércio para as regiões”, destacou, completando que para este trabalho de transformar os corredores em indutores da produção urbanística, o arquiteto Jaime Lerner está prestando consultoria à prefeitura.

Conforme o cronograma apresentado, a municipalidade vai iniciar as obras em janeiro de 2014. “O desafio é oferecer transporte público de qualidade para todos.”

Como medidas de curto prazo, serão feitos 220 km de faixa exclusiva ainda este ano, a fim de aumentar a velocidade dos ônibus, que hoje circulam, em média, a menos de 13 km/hora. Os semáforos serão reformados e revitalizados em 4.800 cruzamentos, cujas obras estão previstas para iniciar em julho deste ano, e ser totalmente entregues em dezembro de 2015. Também, serão instalados semáforos inteligentes em 3.000 cruzamentos.

A fim de desburocratizar a legislação municipal 15.150/2010, que trata dos procedimentos para aprovação de projetos arquitetônicos e execução de obras e serviços necessários para a minimização de impacto no sistema viário decorrente da implantação ou reforma de edificações e da instalação de atividades – Polo Gerador de Tráfego, Tatto sugeriu a formação de uma comissão especial composta por técnicos da Secretaria de Transportes, da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do Secovi-SP.

“Os empresários sabem empreender, construir e vender. Não sabem instalar semáforos e nobreak. Isso é trabalho para a prefeitura. Podemos adotar o pagamento da contrapartida em dinheiro, que pode ir para um fundo específico e gerido pelo município para essas obras”, sugeriu.

A proposta de comissão especial foi bem recebida pelos dirigentes do Sindicato. “Queremos maior interação do setor com a Secretaria de Transportes para realizar debates profícuos, principalmente, sobre polos geradores de tráfego”, opinou o presidente Bernardes.

Para o vice-presidente Yazbek, as atividades imobiliárias são dificultadas quando os projetos têm de ser aprovados em CET. “Alguns chegam a receber 12 ‘comunique-se’. É preciso simplificar para tonar o licenciamento mais ágil.”

Kallas, por sua vez, ressaltou a dificuldade de os empresários atenderem e pagarem as contrapartidas. “Isso pode levar ao atraso da entrega do empreendimento, cujos prejuízos são incalculáveis”, concluiu o vice-presidente.

Os interessados podem conferir a apresentação do secretário Jilmar Tatto feita durante o evento. Basta clicar aqui