O futuro é popular. A afirmação foi feita por Gonçalo Fernández Mera, vice-presidente da Fernandez Mera Negócios Imobiliários, em palestra ministrada no 1º Congresso Secovi NE, dia 24/6, no painel sobre Marketing e Vendas e que foi coordenado por Eric Camargo, do Núcleo do NE em Campinas.

Ele falou sobre o desafio atual de atender à demanda por moradia das classes C e D. “Esse mercado tem um grande potencial de crescimento, mas as empresas estão demorando para “acordar” para esse segmento, que não é uma onda nem um nicho de mercado, é o Brasil dos próximos anos”, afirmou Fernández Mera, que garantiu que vale muito a pena investir nesse segmento.

O dirigente também ressaltou a importância da comunicação boca-a-boca que, segundo ele, representa 30% a 40% das vendas. “Nas classes C, D e E existe uma rede de indicação que funciona muito bem. Quando a pessoa faz um bom negócio ela quer contar para amigo, parente.”

A corretora Shelley Rankin, vice-presidente da Halstead Property, uma das três maiores imobiliárias, falou sobre o mercado imobiliário de Manhattam que, segundo ela, é bem diferente de outras regiões dos Estados Unidos. “Em Miami, por exemplo, 60% das pessoas são donas de sua residência. Em Manhattam, isso não acontece. Pois, o mercado tem regras mais rigorosas para quem quer comprar”, explicou Shelley. “O cliente precisa ter 40% do valor do imóvel em dinheiro, independente do percentual que o banco vai financiar.”

Embora o volume de transações tenha caído em 2008, Shelley revelou que a Halstead Property tem oferecido promoções, inclusive pela internet. “Nosso mercado precisa diversificar e oferecer um ambiente virtual amigável ao cliente”, afirmou Shelley, que aposta em novas ferramentas para ajudar na tomada de decisão do cliente na compra do imóvel.

Segundo ela, a internet é responsável por quase 90% das vendas da empresa. “O nosso site oferece tour virtual no imóvel, atendimento online, entre outras facilidades”, revelou a corretora que recentemente, em meio à crise, vendeu 90% de um empreendimento de alto padrão em Manhattam.

Desafio – “Criar um apartamento de mil metros quadrados é fácil. O difícil é criar um super apartamento de 42 metros quadrados”, provocou o consultor Lincoln Marques, em palestra que traçou um panorama do mercado imobiliário na cidade de São Paulo nos últimos anos.

“As primeiras torres surgiram no chamado centro velho da cidade. Considero o Sampaio Moreira – na Libero Badaró – o primeiro edifício da cidade. As torres iniciamente tinham uso comercial e os caminhos desta expansão passaram pelo centro novo, Paulista, Faria Lima, Berrine, Vila Olímpia e a nova Faria Lima.”

O especialista afirmou que os produtos precisam ser reinventados para enfrentar os novos desafios do mercado imobiliário e da comunicação. “Operar em segmentos econômicos significa ter menor margem nos resultados e a empresa precisa ter escala e volume na sua produção. Como os terrenos são de menor valor, portanto, também têm menor apelo mercadológico. As verbas de comunicação também são mais restritas, cerca de 1,5% a 2%”, informou Marques, concluindo que “tudo isso vai requerer mais criatividade do empreendedor.”

Veja às fotos clicando aqui.